Tocando o barco

Foto: Albari Rosa.

Na volta do Coritiba às atividades, quebra-se o silêncio sobre a situação do treinador Umberto Louzer. A vitória sobre o Guarani, em Campinas, antes do recesso, não foi a causa para mantê-lo no cargo. Foi a falta de opções no mercado. Uma opção de treinador no caso específico do Coxa, é composta de dois elementos: capacidade e baixo salário.

Uma opção como essa é sonho de todo o clube. A cultura de supervalorizar a função, tornou um treinador capaz e com baixo salário, uma figura improvável. E não foi só o salário baixo que convenceu a diretoria em manter o treinador. Na última reunião, ela foi convencida por Pastana, que se não fossem os pênaltis perdidos por Rodrigão, o time estaria entre os primeiros. Quer dizer: para defender o amigo, Pastana culpou Rodrigão.

Bem por isso, o Coritiba, seguindo o lema do Capitão, deixou Louzer ir “tocando o barco”.

Time de poder

O Zenit, de São Petersburgo, que está oferecendo 21 milhões de euros por Renan Lodi, do Athletico, não é um clube qualquer. Não foi por coincidência que se tornou um clube rico e vencedor com a ascensão de Vladimir Putin ao poder político da Rússia. O seu vínculo com o clube é tão grande que se obrigou a explicar que o dinheiro para contratações de jogadores “não vem do governo, mas da Gazprom”, uma semi-estatal, que é líder mundial da exploração de gás natural. Dmitri Medvedev, Primeiro Ministro da Rússia, já foi presidente do Zenit.

Limites

Inspirado pela decisão do Supremo Tribunal Federal que ocupou o vazio legislativo, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva irá punir com multa e até perda de pontos os clubes, cujos torcedores praticarem a homofobia durante os jogos do Brasileiro. É uma obrigação fazê-lo. Mas, antes de atuar, é necessário que o STJD esclareça no que se constituem “cantos homofóbicos”, em um estádio de futebol. A interpretação não pode ficar no plano subjetivo, porque a maioria das situações nos estádios ocorrem, sem a vontade de ofender.