Tempos

Antonio Lopes já foi uma unanimidade. Era no tempo que a base do Vasco em linha reta tinha Carlos Germano, Mauro Galvão, Juninho Pernambucano, Romário, Edmundo ou Donizete. Ganhou a Libertadores. Desviando desse tempo, o histórico de Lopes é de um treinador comum de títulos estaduais. Como o prestígio não precisa ser presente, o Coritiba buscou naqueles tempos de Lopes, o critério para substituir Bonamigo.

Já ouvi dizer que o tempo de Lopes já passou.

Sei o que é o tempo, mas não sei defini-lo, aprendi lendo as “Confissões” de Santo Agostinho. Dizer que Lopes não é um grande técnico, pode ser uma questão razoável; mas dizer que o tempo de Lopes já passou, é um equívoco. Às vezes, pensamos que o tempo de todos nós já se foi. Aí descobrimos que ele ainda nem chegou.

Adeus

Alex Mineiro está indo embora para o Corinthians. Agora é caminho sem volta. Seria o adeus de mais um grande jogador. Só que Alex é muito mais: é o herói de um momento que parecia o princípio, mas que aos poucos vai se afastando como um fato extraordinário e único da história.

A motivação do seu adeus poderia ser por qualquer fato, menos o oficial: seu salário é incompatível com as finanças do Atlético. Quanto ganha Alex? Não mais do que 35 mil reais. O excedente é conta do passado.

Nada mais justo e correto ser racional nos gastos. É o princípio mais elementar de finanças, principalmente em época de insegurança. Mas o que não se explica é essa política de subtrair o mínimo de que o clube precisa.

Confesso-me incapaz de explicar essa situação, porque ninguém mais arrecadou no futebol brasileiro com a venda de jogador do que o Atlético.

Tem-se o direito de imaginar tudo quando a questão não tem resposta, escreveu certa vez Jânio Quadros.