Saia justa

A proposta de excluir a torcida adversária dos Atletibas do campeonato, partiu de Mário Celso Petráglia. Na reunião do Clube dos 13, na quinta-feira, no Rio de Janeiro, Giovani Gionédis foi convencido de que não existiria outra maneira para afastar por completo o risco que tem o dirigente por força do Estatuto do Torcedor. A verdade é que esta nova ordem legal causou uma saia justa no Atlético. Quando receber as cadeiras para numerar os lugares de acordo com a metragem exigida pelo estatuto, a Arena terá a sua capacidade reduzida para 20 mil torcedores. É lei, absurda para o comportamento do torcedor brasileiro, mas tem que ser cumprida. Neste Atletiba, quantos torcedores ficaram sentados no número respectivo do seu ingresso no Couto Pereira?

Queiram ou não, a Arena não é um estádio comum. Seu projeto teve como motivo imediato e quase único, a torcida do Atlético. Se não era esse o propósito, acabou sendo. Na pratica, é um fato incontroverso. Ir contra ele é tornar as relações inseguras e ameaçadoras. Talvez, em dia próximo ou remoto, quando finalizada, com mais vinte mil lugares, possa ser adequada a jogos de rivalidade.

Tempo

Para o Atlético sobraram dúvidas, mas há tempo. Sem calendário, até o campeonato brasileiro, mesmo com Ramalho e Raulen sendo intocáveis para o treinador, é possível tocar a vida. Para o Coritiba sobraram as mesmas dúvidas, só que não há tempo.

Da defesa, pouco se sabe, pois o Atlético nada ou quase nada atacou. No meio campo para frente, bem analisado, em razão das exigências da competição, sobram de imediato apenas Brum e Adriano. Talvez, Luís Mário. Com certeza, mais ninguém até Aristizabal jogar, o que nem o médico sabe quando.

A maior dúvida, no entanto, está fora do campo: Antônio Lopes. Há trinta dias treina um time que, na prática, parece reunido à véspera de cada jogo.

O Coritiba vai estrear na Libertadores, com a péssima imagem que deixou no Atletiba. Se não ganhar do Rio Branco, à falta de qualidade, soma-se o trauma.