Mudança de hábito

Hoje o Coritiba joga contra o Fluminense, no Rio de Janeiro. Não me lembro se já contei essa história, mas não custa repeti-la. Houve um tempo, bem lá atrás, era quando os sentimentos apareciam na pele, morava perto do Couto Pereira. Quando estava de folga da escala da rádio, ia aos jogos torcer contra os Coxas. Sofria por isso. Mas como tudo tem um limite, ficava no estádio até o primeiro gol. Era no tempo da geração de Jairo, Hermes, Cláudio Marques, Oberdã, Krüger, Hidalgo, Zé Roberto e Hidalgo. Não me lembro se nessa época tenha assistido um jogo do Coritiba até o final.

O tempo passou e os sentimentos se acalmaram. Era muito sofrimento, porque era uma época que o meu time de coração não ganhava e o Coritiba ganhava tudo. Preferi, então, sofrer só pelo sentimento sincero.

Hoje, a exceção do Atletiba, vejo o jogo do Coritiba apenas com o interesse jornalístico. É melhor assim, pois quando me disponho a vê-lo, o faço por inteiro. Já consigo tê-lo como tema com qualquer resultado. Às vezes, surpreendo-me com uma imparcialidade improvável comparando àquela história passada.

Hoje o Coritiba joga contra o Fluminense, no Rio de Janeiro. A lógica encaminha o Tricolor para uma vitória. Há cronistas, que podem ser imparciais e por isso não torcer contra ou a favor. Torcem apenas para a lógica.

Sorte

Passei o dia de ontem ouvindo que o Atlético está com sorte, por que empatou com o Guarani em casa, mas o São Caetano também empatou em casa contra o rebaixado Ipatinga. Admitir esse fato seria adotar outro tão verdadeiro: o São Caetano só está disputando a vaga, porque lá atrás, quando jogava em Paranaguá, o Atlético perdeu pontos que hoje não perderia no Janguitão.

A disputa entre os dois será ponto a ponto. Arriscaria dizer que o Atlético somará mais no final e voltará a Primeira Divisão. Só há um detalhe que preocupa: está perdendo pontos para times de baixo da tabela. Lembro que, no ano passado, caiu para a Segundona por que perdeu cinco pontos para o América-MG, que também foi rebaixado.