Melancolia

Em Maringá, Atlético 1 x Chapecoense, 1.

Atribuir a culpa ao técnico Miguel Ángel Portugal seria usar de uma meia verdade. Encerrar a analise desse novo fracasso com a falta de organização tática seria populismo, porque é isso que a torcida pensa e quer ler.

O “fora Portugal” está se tornando perigoso pois está desviando a atenção para um problema muito mais grave: a irresponsabilidade de Mário Celso Petraglia no comando do futebol. Mais, ainda, que o divide com o seu vice Márcio Lara, que não age por si, mas só por recados.

Irresponsável é quem exercendo o poder de mando para satisfazer questões pessoais, desmonta uma comissão técnica e um time, que disputaram o título brasileiro e o título Copa do Brasil até as últimas rodadas. Irresponsável é o dirigente que age assim, sabendo que o seu clube terá que cumprir pena de suspensão longe de casa e jogar sem torcida, quase um turno inteiro, e que esse fato reclama mais qualidade e experiência.

É melancólico ver vestindo a camisa do Atlético este time produzido e dirigido pelos instintos indiferentes de Petraglia. Instintos assim no futebol desprezam o patrimônio maior de um clube, por mais grandiosidade material que tenha, que é a torcida.

Não se engane o torcedor atleticano. O empate em Maringá como resultado, embora vá pesar no futuro, poderia ser o de menos. O grave é a falta de perspectiva futura. Para o Atlético voltar jogar não basta um novo técnico, e não bastam dois ou três reforços. É necessária uma mudança de comportamento gerencial, uma reciclagem de relacionamento humano. O mesmo tratamento que a torcida recebe na Baixada pelo ”fora Portugal”, é dado no CT do Caju.

Alguma coisa tem que ser feita. E a torcida que não espere nada dos conselheiros. Não deve esquecer que, depois da melancolia, vem a desgraça.