Insubstituível

A única coisa que me perturba atualmente é esse boato de que o Corinthians vai despejar um caminhão de dinheiro para tirar do Atlético o treinador Mário Sérgio Pontes de Paiva.

Seria um desastre. Mário Sérgio, neste momento, é insubstituível. Disciplinador e paternal, enraizou tanto os seus projetos, e materializou tanto as suas idéias, que o futebol do Atlético se tornou dele dependente.

Há quem não goste de Mário Sérgio porque ele é de temperamento genioso. Não é só genioso de temperamento. É genial de idéias, de juízo de convencimento da profissão mais atípica do mundo, que é do jogador de futebol. Por não ser um técnico de natureza vulgar, provoca a todos nós, que às vezes procuramos por um erro para criticá-lo. Se não encontramos o erro no campo, encontramos na imaginação. Dirão que um dia elogio e no outro meto o pau.

Mas, agora, não estou tratando do treinador de noventa minutos. Faço referência ao profissional de comando, que em razão de sua capacidade ganhou naturalmente a liderança do futebol do clube, exercendo um verdadeiro fascínio nos jogadores.

Os erros do treinador durante um jogo – e aí não são só os de Mário Sérgio, direta ou indiretamente, estão quase sempre atrelados às características e a existência de qualidades dos jogadores. E todos sabemos que o Atlético está bem longe de ter o melhor time do mundo.

Resta saber como anda a sensibilidade de Mário Sérgio pelos desafios profissionais e a retribuição material.

Sustento

De Brasília, recebo a indignação do coxa Ismael Santos, observando que o grande erro do treinador Antônio Lopes foi não repetir o mesmo time desde que assumiu o Coritiba.

Já tinha ouvido ontem uma entrevista do presidente Giovani Gionédis. Pela primeira vez foi reticente, não querendo assumir um compromisso público em relação à permanência ou não do treinador em caso de novo fracasso.

Existe uma sintonia entre o que pensa a torcida e o presidente. Dessa equação de posições, embora a da diretoria seja implícita – e aqui presumida, o resultado é a absoluta falta de respaldo para Lopes continuar, independente de resultados.

Tenho a impressão que se o Coritiba não ganhar do Malutron – o que é possível -, diminuem as chances de Lopes permanecer.