Idílio

Na Baixada, Atlético 2×0 Corinthians.

Desta vez o Atlético jogou com um time de verdade, grande de corpo e de alma, na sua versão que emociona, a de Furacão. E não foi só pela vitória de forma clássica e de números largos, embora contra um líder poderoso como o Corinthians fosse o bastante. Mas, porque foi irrepreensível na demonstração de que futebol torna-se simples quando jogado com inteligência e alma.

Um jogo tenso por ser um jogo sério. E foi um jogo igual até o momento em que se exigiu a intervenção dos treinadores. E aí, Paulo Autuori foi supremo. Com Galhardo, Rossetto e Lucas Fernandes devolveu o equilíbrio ao meio e deu velocidade pela direita. Em dez minutos, o Furacão engoliu o Timão: em velocidade, atacando como se fosse uma manada, criou duas jogadas para Walter, que perfeito como âncora do time, tornou-se mortal dentro da área: 2×0, dois gols de Walter.

Walter foi grandioso, o melhor.

Sobram algumas linhas para Santos, o goleiro. Substituindo Weverton, o goleiro do Brasil, espancou as dúvidas que ambientavam a sua presença. E foi a partir de um milagre que praticou evitando um gol de Romero, que o Furacão ganhou forças para a vitória.

Bem resumida, a vitória do Atlético foi idílica, terna, maravilhosa.

Vitória?

Na Bahia, Vitória 3×1 Coritiba.

Não teria sido importante para a salvação do Coritiba essa derrota? Analisem comigo os coxas: há um técnico improvisado, o time joga sempre no limite, e esse limite nunca é suficiente para manter uma vitória ou reverter uma derrota; as vitórias (Atlético e Santa Cruz) acabam sendo eventuais, retardando uma solução definitiva, mascarando a verdade que é a tendência do rebaixamento.

Concordo: o Coritiba fazia um bom jogo. Já poderia ter marcado no primeiro tempo, mas Yago jogou fora com o goleiro caído.

E jogava tão bem, que naturalmente no início do segundo tempo marcou com Raphael Veiga. E é aí que sustenta-se o meu argumento: para jogar melhor e ficar à frente de um time pouco razoável como o Vitória, o Coritiba teve que chegar ao limite. E quando chegou, ainda era cedo. O gol contra de Juninho, num lance de várzea, e a angústia do goleiro Wilson de querer jogar na linha da pequena área, são coisas absolutamente naturais quando ao time base no seu limite. E se o limite é curto, a derrota é inevitável.