Gênio indomável

Nunca neguei meu respeito por Mário Sérgio. Ao gênio indomável, a capacidade se sobrepõe. Mas agora já é possível compreender por que nunca ganhou um título de expressão: não respeitando os seus próprios limites de humano, torna-se imprevisível.

Ontem no Couto Pereira o Atlético pagou a conta por sua obsessão em praticar atos imprevisíveis e surpreendentes. Ganhava com um gol de Jádson, o melhor em campo, e, embora pressionado, tinha o Coritiba sob o seu controle.

Então Mário Sérgio, contrariando essas evidências, sacrificou o talento de Jádson trocando-o pelo rústico Raulen, que se juntando a Alan Bahia e Ramalho formou uma tropa de batedores. O resultado foi imediato: com três volantes de contenção e ainda com Fernandinho atrás da linha da bola, o Atlético, ao invés de ocupar espaço e marcar, recuou. Ao invés de jogar, trombou. E o Coxa se aproveitou. Nos minutos finais Capixaba, o pior jogador em campo, pegou a sobra e empatou, e com justiça, para o Coritiba, 1×1.

Não foi um grande jogo esse Atletiba. Superada a fase de entusiasmo físico no primeiro tempo, passou a privilegiar a marcação. Parecia uma roda de recreação de escola maternal: Bahia fica com Capixaba, Brum vai com Jádson, e cada um com seu par. Esquemas bem convencionais, ultrapassados.

O gol de Jádson (pênalti de Pepo), por ter sido no final do primeiro tempo, poderia dar outros rumos ao jogo. O Coxa que jogou é fraco. Pobre na criação, paupérrimo no ataque. Mas a partir do erro de Mário Sérgio, que coincidiu com a entrada do excelente Adriano pela lateral esquerda, passou a atacar, criar situações e merecer o empate.

Jádson, já se sabe, é um espetáculo. Mas Alessandro Lopes, deu gosto ver. Danilo, do Coritiba, foi o melhor.