A disparada de Petraglia

Contra o Atlético-GO não eram os já escassos 11 mil atleticanos que foram à Baixada e viram a derrota do Furacão para o Galo (2×0). Agora, e bem contados pelo sistema biométrico, foram 5 mil pagantes. Se a tendência de redução for essa, logo Mario Celso Petraglia – o presidente que fugiu – terá conquistado as duas vitórias com as qual sempre sonhou: o Furacão jogando só para ele assistir em seu camarote e depois do jogo, com o time ganhando ou perdendo (para sempre foi indiferente) descerá ao gramado, e dará a volta olímpica para comemorar a prevalência do seu princípio público de que futebol não é para pobre.

Mais do que nunca, o Atlético assiste hoje a uma alienação dos seus valores simbólicos e materiais pelo fundamentalismo financeiro de Petraglia. Entre esses valores, o mais importante não é abstrato e nem simbólico, é real: a sua torcida. É a tábua dos dez mandamentos do Atlético.

Como mau intérprete e leitor da mensagem de Geraldo Vandré em “Disparada”, Petraglia compara gente (os atleticanos) a gado, e por isso, “tange, ferra, engorda e mata”. Como todo aquele que é sustentado pelo ódio, faz as regras de leitura, não lê o arremate do grande Vandré: “…mas com gente é diferente”.

Sob pressão, Petraglia quer discutir um novo plano de sócios. Se não leram, leiam o que o jornalista André Pugliesi escreve em seu blog na Gazeta. Em resumo, trata essa e outras propostas como uma agressão à inteligência dos atleticanos.

Qualquer plano que passe pelo crivo de Petraglia não é interessante para os atleticanos. Por ser contra a torcida e já ter tornado público que “futebol não é para pobre”, sempre haverá um componente que fará prevalecer as regras do seu fundamentalismo.

Petraglia, agora, quer “colorir” o cinza das cadeiras da Baixada com tecido vermelho e preto. É uma coloração artificial, como é o gramado e a torcida eletrônica do auto-falante.

Mas essa é uma outra questão que será tema específico.