Contrastes

Uma segunda-feira de contrastes: na Suiça, um brasileiro batido pelo desprezo vê o seu gol, que havia sido esquecido em arquivo, escolhido como o mais belo do ano. E não foi uma vitória qualquer do goiano Wendell Lira: a escolha carrega a digital dos maiores jogadores e treinadores do futebol mundial, foi ordenada pela FIFA, e concorreu no voto popular, e essa foi a essência da vitória, com o gol que Messi, o maior do mundo, considera como o mais belo gol de sua carreira. Wendell entrou na festa com um gol, e saiu de lá com uma obra-prima.

Enquanto Wendell Lira passou um dia de “Puskas” na soberba Zurique, lá em Cornélio Procópio, quase no meio de canaviais, Reginaldo Araújo, ex-lateral do Coritiba, traído pelo coração foi embora, aos 38 anos. Quem o conheceu como pessoa, chorou. Se não chorou, em algum momento, irá engolir as lágrimas. Quem o conheceu como jogador, tem provocada imediatas lembranças de um lateral que dava folga para qualquer esquema que estava afogado. De repente, aparecia para ganhar uma ponta como se fosse ponta. Era um vai e vem danado e constante, e tanta harmonia, que não cansava os olhos da arquibancada, como se o campo era de saibro e quem jogava era Guga.

Como lembra o Padre Antônio Vieira em seus “Sermões”, “debaixo do céu há um tempo para cada coisa”.

Futuro

Nas férias li uma entrevista do diretor Vavá que o Paraná irá só investir na Série B. Dessa afirmação é possível concluir que o Tricolor já começa errado, porque interpreta com equívoco o conceito de investir. Por lhe faltar recursos financeiros, investir para o Paraná deveria significar criar uma estrutura técnica durante o Estadual, que transforme a formação do time definitivo na consequência do trabalho precedente. No período mais importante da temporada, que é de janeiro a março, o Paraná vai apenas especular. Não há time que se forme quando as decisões são tomadas em happy-hour.