Opinião

Marcelo, 50 anos

Nessa época de prisão domiciliar, na bela metáfora do meu professor René Ariel Dotti, não deveríamos ter outros motivos para aumentar a nossa tristeza.

Prisioneiros por discriminação de idade, estamos impedidos de exercer valorosos sentimentos. Por mais que podemos ainda viver, será um tempo irrecuperável. É que há sentimentos que precisam ser exteriorizados com um gesto e estamos impedidos.

Hoje, especialmente, queria estar ao lado do advogado e jornalista esportivo Marcelo Ribeiro para lhe dar um abraço e um beijo pelos seus 50 anos de vida. Não queria apenas comemorá-lo pelo aniversário, mas, oferecer-lhe a minha gratidão pelo que fez e faz por mim na vida profissional e pessoal. Passados tantos anos, tenho-o como um protetor. Compreender-me é a maior de suas virtudes.

Filho de Gilson e Sônia Ribeiro, marido de Carol e pai de Marcela, todos preciosos, Marcelo é coisa de Deus. Então, pensando bem, devo gratidão a Deus.

O valor de Vadão

O treinador Osvaldo Alvarez, o Vadão, foi embora. Agora que morreu, os brasileiros (imprensa, clubes e torcedores), começam a encontrar na sua história valores desprezados.

Se um dia a história for leal aos fatos, contará que Vadão foi o primeiro treinador no futebol brasileiro a promover inovações táticas em um sistema invariável. Foi em 1991, que aproveitando a velocidade e a qualidade de Leto, Válber e Rivaldo, criou o que se chamou de “carrossel” no pequeno Mogi Mirim.

E, para afastar a ideia de um fato casual, repetiu o seu 3-5-2 com intensas variações no Athletico de 1999, de Kelly, Lucas, Kleber e Adriano.

Às vezes penso que no futebol, a humildade provoca prejuízos. Talvez, a Vadão foi negado o seu valor, em razão de seu espirito de renúncia.

Retorno

A volta do futebol não é necessariamente a volta dos jogos. Para o que se tinha perdido o rumo, as atividades limitadas aos treinamentos presenciais já têm um significado importante.

Voltar a jogar é uma situação bem distante. É preciso ter consciência no incentivo psicológico que o futebol pode causar na ordem de isolamento social. A volta dos jogos, em junho, é um fato que não deve acontecer. E, em julho, é um fato, que talvez possa acontecer.