Derrotando a lei

O Athletico anunciou que renovou o contrato do jovem zagueiro Lucas Halter até 2024. O fato em si, por ser de rotina, esconde a sua relevância de fundo: o Furacão foi o clube brasileiro que melhor entendeu e sempre enfrentou o rigorismo da Lei Pelé. O objetivo da lei foi apenas um: extinguir os efeitos do vínculo esportivo no final do contrato do atleta. Não lembro de um jogador do Athletico pelo término do contrato.

Quando ocorreu, foi em razão de avaliação que provocou o desinteresse do clube, ou porque foi cedido em caráter oneroso. O único que tentou sair na extinção do contrato foi Dagoberto. Mas aí interveio o advogado Diogo Braz, e para ir ao São Paulo, Dagoberto foi obrigado a depositar o valor de uma indenização.

O negócio recente de Renan Lodi, que trouxe R$ 89 milhões para o Furacão foi o mais expressivo, é verdade. Mas, foi apenas a consequência lógica da implementação dessa cultura. Nessa, também, enfrenta-se a influência dos empresários. Agora, tome-se como exemplo, o caso de Lucas Halter. O jovem tinha contrato até 2021, o que aparentemente nesse momento, não traria grandes riscos.

Ocorre que enfrentando o rigorismo da lei contra os clubes, por Mário Celso Petraglia, o Athletico renova ou estende o prazo do contrato do jogador por dois motivos: aumenta o valor da cláusula indenizatória e o tempo permite a valorização do jogador. Por tudo isso, logo chegará um caminhão de milhões de euros por conta de Bruno Guimarães.

Alegria! Alegria!

Entrando no Foro de Santa Felicidade, sou provocado por um torcedor do Coritiba. Pergunta-me: “O Coxa terá condições de manter-se na 1ª. Divisão?” É de se presumir que não pude responder. Afinal, para se manter no Brasileirão, o Coritiba terá que chegar a ele. Mas, o fato prova a felicidade dos coxas. A torcida, que há dois anos vem sofrendo em ter que assistir e torcer na Segundona, foi receber os jogadores. E, no entanto, tinham apenas vencido o Brasil de Pelotas.

Fico a imaginar se o Coxa voltar à 1ª. Divisão. Como a ofensa ao orgulho próprio maltrata. Pergunto, outra vez: os coxas estão voltando?