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O Coritiba, que já perdera em casa para o Iraty, foi incapaz, ontem, de ganhar do Rio Branco, 1×1. No entanto, daqui a cinco dias, vai jogar em Lima pela Libertadores da América. Pelo que se ouve e pelo que se vê, anuncia-se um patético desastre.

Aprende-se com Nelson Rodrigues que, de um dia para outro, qualquer fato envelhece e morre. Há alguns dias, a Libertadores era um sonho para o Coritiba. Bastou ver o novo time com o novo técnico, para se tornar um drama.

Nós, críticos, temos um grave defeito: anunciar a morte do coronel antes que ela ocorra, como fez Gabriel Garcia Márquez. Embora a lógica torne o futebol muitas vezes previsível, não pode ser declarada absoluta. É verdade que a lógica no caso é que se confirme o fracasso que se anuncia. O time do Coritiba está jogando pedrinha. Não porque a reposição de jogadores foi ruim. Ao contrário, entendo que a defesa fica melhor sem Odvan e o ataque ganha trocando Luís Mário por Marcel. Bem resumido, quem saiu não é melhor ou menos ruim de que quem entrou.

O problema, em tese, está no grande equívoco de não manter Bonamigo. Não que seja ele superior a Lopes, mas porque já estava com suas idéias definidas e projetos encaminhados. Saindo, o trabalho foi fragmentado, diluído, acabado. Se para jogar um estadual mequetrefe como esse já é difícil, imaginem uma Libertadores.

Mas escrevi, que tudo é tese. Em 2002, o Atlético manteve Geninho por um salário espetacular. Do campeão brasileiro, ficou todo o time da fotografia em São Caetano. O resultado foi um fracasso descomunal.

A imprensa também tem a sua culpa. Pelos mais diversos motivos, principalmente o de conveniência, quer ser mais realista do que o rei. Nossos times não têm estrutura para disputar um grande torneio. O único benefício é financeiro. Nada mais.