A grande atração

A notícia é sempre atual, mas carrega um fato velho: o Athletico não cumpre a lei quando se trata de exercer o direito de mando na Baixada. No jogo de hoje à noite, contra o Operário, pelo Estadual, o clube viola três ordens jurídicas: o regulamento do campeonato, ao não ceder a carga de ingressos a que tem direito a torcida do Fantasma, o Estatuto do Torcedor, ao praticar valores diferenciados para setores oposto, e o Código de Defesa do Consumidor, ao imprimir alguns valores de ingressos, cujo critério é o rompante do seu dono.

Não culpe o Athletico. Ele criou um sistema arbitrário que foi adotado pelos agentes públicos. O Ministério Público é conveniente a sua “torcida humana”, que nega o exercício do direito do adversário. E o Procon, a cada dia, mostra que é uma uma instituição que perdeu a capacidade de investigar, fiscalizar e punir. Aqui, a sua diretora Claudia Silvano transformou-se em uma figura folclórica. Não levada a sério pelo mercado empresarial, passou a ser um agente estatal simbólico.

O Athletico tem uma solução para respeitar o princípio da legalidade, sem contrariar os seus interesses. É acabar com o ingresso avulso, só permitindo a entrada de sócios. Pode até repercutir em beneficio: não bastará o athleticano de ter dinheiro para ir à Baixada, terá que ir como sócio.

Hoje o Furacão joga contra o acelerado Operário.

Ganhando, o que é provável, estará muito próximo da classificação para a semifinal.

Joga na Baixada, mas foi transformado na grande atração da RPC.

O Coritiba deve ganhar em Cascavel, do Cascavel CR.

E o Paraná, ninguém sabe.

Maldade

O dono do Furacão, Mário Celso Petraglia, é mesmo um danado.

Veja só a última.

A Globo tem tanta certeza de que o Coritiba retorna ao Brasileiro, que lhe ofereceu um contrato para a TV aberta e PPV, por quatro anos. Para ajudá-lo, quer lhe pagar um bônus, uma espécie de indenização por assinatura do contrato. No entanto, condicionou o pagamento desse bônus a um fato: o Athletico terá renovar o seu contrato para a TV aberta e PPV.

Concordo: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Mas é a condição. Só que Petraglia não assina.