Poluição: uma grande perturbação de sossego

Poluição: uma grande perturbação de sossego
Fotos: Pixabay

Foi muito triste presenciar minha mãe chorando, gritando e escumando pela boca durante as grandes queimas de fogos, meu pai chorando ao lado dela, e eu de ouvidos tampados achando que ela estava correndo risco de vida. Pedi permissão a ela para eu escrever sobre isto. Mamãe fica dizendo durante os shows pirotécnicos: “Meu Deus, dá entendimento para esse povo parar. Eles estão destruindo a vida que Deus me deu. Poderiam orar, agradecer por mais um ano de vida que Deus deu. Por que ficam fazendo isto?

Depois a natureza cobra, pagam tudo; vem temporal, doença… É por isso que o mundo anda desse jeito.” A poluição mata aos poucos. Diminui a qualidade de vida do planeta. Os animais, inocentes, que não têm nada a ver com isto, fogem apavorados e sem rumo. É um grande estresse para a natureza; e todos pagam o preço. Em muitos lugares causou mortes de pessoas, graves acidentes e perdas materiais. Se os santos estivessem aqui também sofreriam com os fogos soltados em homenagem a eles.

Peço sempre para deixar de soltar bombas. Certa vez comprei uma bomba que seria estourada e destruí com água. Propus em casa que na próxima vez teríamos que alugar um carro e levar mamãe para passar a virada do ano em uma estrada rural, longe da cidade. Isto custa um preço e sacrifício. Ela mudou-se de Santa Isabel do Ivaí, região Noroeste do Paraná, por não suportar barulho de queima de fogos e som forte de um clube que fica na saída para Planaltina do Paraná. Agora mora em Maria Helena; cidade bastante pequena. Não aceita morar em minha cidade devido ao grande barulho de bombas que acontece nas festas e inaugurações.

O som automotivo forte também prejudica muita gente. Em diversos lugares pedi para diminuir o volume do som automotivo ou residencial e equilibrar a frequência. Várias vezes eu queria chamar a polícia e a mãe não deixava com medo. E tem muita gente que sofre calada com medo ou vergonha de se expor.

E cansei de pedir para pararem de fumar em lugares fechados. Tem coisas que são proibidas na rua, e não em casa onde prejudicam mais. O cigarro mata. Então quem fuma em lugar fechado “mata” a família e os vizinhos. Pode haver crianças sem condições ou iniciativa de fugir, pessoas com dificuldade de se locomover, dormindo, em repouso ou alimentando. Como sou sensível, por muitas vezes fiquei alterado, parecendo drogado devido à intoxicação por fumaça em lugares fechados (estou falando sobre o cigarro industrializado e adicionado veneno de rato, mata-barata, formol e outras mais de 4000 substâncias químicas), e por som forte, tanto da rua como de prédios próximos.

Daí fiquei sentindo alergias, braquicardia, ardor no peito e saí batendo portas, jogando cadeiras, jogando utensílios de cozinha com os quais estava preparando a comida ou já alimentando. Diversas vezes deixei de cozinhar e fui comer em restaurante, e tantas outras fui tomar lanche em confeitaria ou na rua pois o ambiente estava poluído no condomínio.

Acordo e saio para uma praça de vez em quando, cedo da noite ou de madrugada, por causa de fumaça invadindo meu apartamento. Entendo que isto tem acontecido em muitos edifícios, condomínios e repúblicas. É um horror para idosos, crianças pequenas, altistas e outras pessoas especiais, animais de estimação, plantas que estão dentro de casa, tanto do fumante como dos vizinhos.

Fiz um boletim de ocorrência por este motivo e convoco as demais vítimas a protegerem seus direitos e do planeta. Estou me expondo demais como alguns falam? O mais importante é que sou a voz dos que sofrem o mesmo problema e ficam calados por causa da família, por serem crianças ou por vergonha dos amigos.

Rogério de Souza Pires, Umuarama-PR

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