Como deve reagir o mercado, a bolsa de valores e a economia pós eleições

No próximo domingo o brasileiro mais uma vez passará por um pleito eleitoral na busca de seus representantes estaduais e federais dos próximos anos. A escolha será para Deputados Estaduais, Deputados Federais, Senadores, Governadores e Presidente da República. Saiba que sua escolha consciente é tão importante que refletirá diretamente os resultados político, fiscal e econômico do nosso país. Então vote certo, vote consciente!

É claro que paira no ar a dúvida sobre quem serão os eleitos, quais pensamentos ideológicos e construtivos que tomarão as decisões mais importantes dos nossos estados e da federação, mas principalmente, quais serão as reações do mercado, da bolsa de valores (B3) e da economia diante dessas escolhas.

Não há como saber ao certo, mas desde já vale a reflexão para te auxiliar em suas escolhas.

Primeiramente é importante contextualizar a macroeconomia, ela é um ator importantíssimo para o resultado brasileiro; e algumas pistas sobre o tema podemos extrair da Ata da 249ª do COPOM – Comitê de Política Monetária do Branco Central.

Nesta última ata do COPOM o comitê destaca que a macroeconomia continua bastante volátil, especialmente pelos fracos resultados da China e elevação dos juros Americanos, sem contar a crise Europeia devido ao conflito na Ucrânia. Tudo isso ainda reflete e muito nas altas taxas de inflações globais. Ainda vai levar algum tempo para estabilizar tudo isso, mas a estagnação econômica já é evidente, o que não ajuda o crescimento econômico dos países.

Nessa seara é importante entender como cada candidato compreende a macroeconomia, especialmente as relações com países de economias pujantes como EUA, China e as Europeias. O que sabemos é que devido a inflação global o preço commodities deram uma acomodada, mas continuam interessantes ao nosso país, especialmente ao Agronegócio, pois a política fiscal que mantem dólar elevado favorece as exportações, e como o setor primário cresce lentamente no resto do planeta, o nosso cresce com recordes e mais recordes de produção favorecendo muito o setor primário.

Aqui é importante um “parêntese”. O que enriquece mesmo a economia de um país é sua política econômica, fiscal e tecnológica, infelizmente o Brasil nunca teve grande crescimento nestes dois últimos seguimentos, apenas alguns lampejos momentâneos. Porém, devido a pandemia e as inflações altíssimas em proporções planetárias, o setor primário tende a ser o mais forte, o que tem favorecido o país a se manter em crescimento, afinal, este é o elemento mais forte que temos em nossa economia caseira.

O próximo presidente, assim como no início do ano 2000, pegará uma economia altamente favorável para bons resultados (sabe aquela frase: não tem como piorar). Então, meu caro leitor, não há milagres, o próximo presidente terá bons resultados, mas não é por que é o salvador da pátria, pode até auxiliar em algumas frentes, mas a macroeconomia e o resultado do Agro é o que vai salvar a economia do nosso país (será um bom candidato aquele que olhar com carinho para o Agro apontando para as exportações, e aquele que cultivar a economia familiar para atender o mercado interno).

Passada essa primeira análise, precisamos falar sobre mercado e bolsa de valores. O mercado como um todo depende muito da política fiscal, econômica e monetária para dar suas respostas, então é importante analisar as propostas de cada um sobre industrialização, sobre geração de emprego e renda, sobre a liberdade econômica, especialmente apoio ao empreender e empresário, desde a microempresa até os grandes empreendimentos. Não há como privilegiar apenas um setor; se algum candidato estiver com este olhar, cuide, pois a médio e longo prazo o resultado negativo vem e continuaremos nesse marasmo econômico de apagar o fogo alto, mas manter a chama acessa e perigosa (aliás, é isso que um político do mal mais gosta, manter o fogo acesso para que ele seja sempre o “salvador da pátria”; cuidado com isso!).

Já sobre a Bolsa de Valores (B3), podemos olhar por dois prismas, o que acontecerá já de imediato pós eleições e o que acontecerá a médio e longo prazo.

Diante das eleições posso garantir a vocês, qualquer presidente “novo” que vença vai “assustar” a B3. Já estamos vivendo resultados não tão bons nos últimos tempos, mas a tendência é piorar, visto que as incertezas geram insegurança, por consequência gera migração dos investidores inseguros da renda variável para renda fixa. A médio e longo prazo posso te garantir que tudo tende a se recuperar. O empreendedorismo brasileiro é tão belo que se adapta a qualquer governo (exceto aqueles ditatoriais que estrangulam a produção), então escolha aquele que auxilie o melhor e mais rápido crescimento do empresário empreendedor desde a pequena até mesmo a grande empresa, e não olhe o empresário como vilão, olhe a alta tributária como a grande vilã da sua economia particular.

Ao contrário dessas análises, se o atual presidente continuar, a B3 continuará no mesmo ritmo, aguardando especialmente os próximos capítulos da macroeconomia e das reformas do congresso nacional (e não estou aqui dizendo que a escolha deste é ou não a melhor opção, apenas os fatos – Em 2002 quando Lula venceu o mercado como um todo imediatamente respondeu negativamente, afinal, era algo novo, um governo de esquerda, mas como a macroeconomia era tão favorável logo o país se recuperou e o Lula em seu primeiro governo colheu bons frutos. Neste momento não será diferente, quem for eleitor nos próximos anos colherá bons frutos e não será o milagreiro, mas sim pela resposta da macroeconomia).

Me permita acrescentar a este artigo algumas ponderações sobre cada candidato, especialmente no tema econômico, para auxiliar nas suas escolhas (não é uma visão particular e sim as falas e propostas trazidas por cada candidato):

CIRO GOMES (PDT): O candidato defende a taxação de grandes fortunas, a criação de um imposto sobre dividendos e a diminuição dos impostos sobre o consumo. Afirma que o Banco Central continuará autônomo para poder combater de uma melhor forma a inflação e se posiciona contra as privatizações, prometendo fortalecer a Petrobras (dentre outras propostas). Quer uma reforma tributária para unir o ISS, ICMS, IPI, PIS e Cofins em um só imposto. Quer implantar um programa de renda mínima universal e ajudar a limpar os nomes das pessoas no SPC e no Serasa. Por fim, quer criar um novo “Código Brasileiro de Trabalho.”

JAIR MESSIAS BOLSONARO (PL): Quer aumentar a liberdade econômica para o Brasil, ampliando as privatizações das empresas públicas e estimulando o empreendedorismo e a concessão de microcréditos. Pretende manter o valor atual do Auxílio Brasil, que é de R$600,00, e espera aumentar a eficiência do uso do dinheiro público para atender às principais necessidades da população brasileira, além de desejar consolidar o ajuste fiscal e reduzir a relação entre dívida e PIB. Na área tributária quer ampliar a faixa de isenção de pessoas que não precisam pagar o imposto de renda e simplificar o sistema tributário brasileiro. Quer criar e ampliar os programas de formalização dos trabalhadores informais, diminuir o índice de desemprego entre as mulheres e os jovens e manter a legislação trabalhista atual. Por fim, deseja investir em tecnologia para estimular setores como o de mineração e o agronegócio.

LUIZ FELIPE D’ÁVILA (NOVO): Deseja promover uma nova economia com base no respeito ao meio ambiente integrando a pecuária com a conservação de florestas e biomas. Tem desejo enorme em simplificar as leis brasileiras para tornar o Estado mais eficiente. Quer o candidato que o país deixe de ser um Estado assistencialista e passe a ser um Estado prestador de serviços abrindo a economia brasileira para o mundo reduzindo o atraso tecnológico do país. Na área tributária defende reduzir os impostos sobre as importações e simplificar o sistema tributário. Quer acabar com as reservas de mercado. Quer diminuir a burocracia em portos e aeroportos. Quer modernizar a legislação trabalhista e aderir às regras da OCDE (Organização e Cooperação do Desenvolvimento Econômico).

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA (PT): Promete fazer muitas mudanças na economia acabando com o teto de gastos, mecanismo criado durante o governo de Michel Temer para equilibrar as contas públicas. É contra as privatizações, principalmente de empresas como a Petrobras, Eletrobras e Correios. Planeja aumentar o número de ministérios e recriar alguns que existiram durante os governos do PT, como o Ministério de Micro e Pequenas Empresas, que segundo ele é para atender setores que ele acredita que não estão sendo priorizados no momento. Quer mudar a política de preços da Petrobras, tornando mais realista o preço dos combustíveis. Na área tributária quer realizar a reforma tributária, reajustando a tabela do Imposto de Renda e aumentando a faixa de isenção. Quer revogar algumas medidas adotadas pela reforma trabalhista criada durante o governo de Michel Temer. Quer ampliar o programa de distribuição de renda e renegociar as dívidas de famílias de baixa renda.

SIMONE TEBET (MDB): Quer a candidata ampliar as parcerias público-privadas para estimular o crescimento do desenvolvimento do país. É a favor de privatizar algumas empresas estatais e manter a independência do Banco Central. Defende a criação de um programa de distribuição de renda que seja permanente no combate a pobreza. Quer recriar o Ministério do Planejamento. No âmbito tributário quer realizar a reforma tributária especialmente alterando a forma como os impostos sobre o consumo são cobrados no país. Quer reduzir as tarifas aduaneiras e reforçar os acordos com os países que compõem o Mercosul. Quer reduzir as contribuições previdenciárias para a faixa de um salário mínimo para todos os trabalhadores e preservar o poder de compra do salário mínimo. Quer pagar R$ 5 mil para cada estudante que finalizar o ensino médio.

SORAYA THRONICKE (UNIÃO BRASIL): Quer a candidata otimizar os gastos públicos, o que dará ensejo a sua reforma tributária que tem por norte a simplificação do pagamento de impostos que evitará a evasão fiscal, criando assim um único tributo federal, chamado de IUF (Imposto Único Federal). Pretende criar programas de incentivo para micro e pequenas empresas desburocratizando o acesso a linhas de crédito e suspendendo o pagamento de impostos temporariamente até seu ajuste financeiro. Quer incluir uma cláusula de performance bond nas licitações de obras públicas e melhorar a transparência na prestação de contas.

Cada projeto dos candidatos trazidos neste artigo você pode confirmar em seus planos de governo em seus respectivos sites. Vale a pesquisa.

Não esqueça, domingo é seu compromisso com a democracia, com o seu país!

Meu nome é Marlon Roza, sou seu Amigo de Negócios.
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