Tratamento prolonga a sobrevida de pacientes com tumor cerebral

Os resultados de um estudo fase III, apresentados pelo pesquisador suíço Dr. Roger Stupp, durante o 40º Encontro Anual do ASCO (Sociedade Americana de Oncologia Clínica), realizado na última semana em New Orleans (EUA), demonstraram que o uso de temozolomida (Temodal) concomitante a radioterapia estendeu a sobrevida global de dos pacientes com glioblastoma multiforme – tipo de tumor cerebral extremamente agressivo. Além disso, 27% dos pacientes tratados com temozolomida aliado a radioterapia ficaram livres de progressão da doença em um ano, contra 9% dos tratados somente com radioterapia.

Por 30 anos a radioterapia vem sendo considerada tratamento padrão para esse tipo de tumor. Contudo, os resultados desse estudo internacional demonstram que a sobrevida dos pacientes pode ser estendida, quando se associa a radioterapia ao quimioterápico oral temozolomida (Temodal).

O estudo apresentado pelo Dr. Stupp teve um acompanhamento de dois anos, sendo que 287 pacientes foram tratados com radioterapia mais temozolomida e outros 286 foram tratados com radioterapia isolada. A sobrevida global dos pacientes tratados com temozolomida mais radioterapia foi de 15 meses, enquanto que a dos tratados somente com radioterapia foi de 12 meses. A taxa de sobrevida em dois anos foi de 26% para temozolomida mais radioterapia, contra 10% radioterapia isolada.

Segundo o Dr. Stupp, “este é o primeiro estudo que demonstra resultados estatisticamente significativos e clinicamente mensuráveis da vantagem da quimioterapia nos pacientes com glioblastoma mutiforme”.

Temodal é um quimioterápico oral da Schering-Plough, também indicado para gliomas malignos recorrentes e para melanomas metastáticos malignos. O medicamento atua impedindo a multiplicação celular e o crescimento do tumor. Trata-se do único quimioterápico oral a atravessar em doses adequadas a barreira hemato-encefálica, um dos desafios desse tipo de tratamento. Há relatos na literatura médica de pacientes que estão controlados há dois anos sem que haja alteração de prognóstico.

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