Todo dia é dia da saúde

O Dia Mundial da Saúde, comemorado no próximo dia 7 de abril, é um dia especial para todos que trabalham por uma qualidade de vida melhor para as populações. Este ano, a celebração tem como lema Investir em saúde, construindo um futuro mais seguro. A data não marca apenas um momento para chamar a atenção sobre alguns problemas, mas, também, para alavancar respostas de questões importantes que muitas vezes ficam fora da agenda de prioridades dos governos e seus governantes.

Nesta página, destacamos alguns dos temas de saúde que mais chamaram a atenção da população no último ano. Uns são mais recentes, frutos de questões ambientais, alimentares ou psicossociais. Outros, nem tanto, pois há muito tempo freqüentam a lista dos problemas de saúde pública mais alarmantes.   

Espelho meu

O desfile dos corpos anoréxicos das passarelas da moda ganhou contornos preocupantes. Alguns atos pontuais e localizados mobilizaram parte da sociedade contra a dita ?ditadura da moda? que faz, principalmente, adolescentes da faixa etária de 15 a 19 anos escravas do corpo magérrimo. A doença é caracterizada pela completa falta de apetite (inapetência). O termo significa ?perda do apetite ou da fome?, mas pode não ser de todo correto, tendo em vista que não há uma verdadeira perda do apetite, mas, sim, uma recusa em se alimentar.

Inimiga da vida saudável, a anorexia continua colecionando vítimas não só no mundo das passarelas. Os meios de comunicação passaram a divulgar um padrão de beleza que servia muito mais para mostrar roupas e não vestir roupas. Nada mais justo para essa adolescente querer ficar igual à imagem da revista. O caminho então é procurar uma ajuda especializada e receber orientações sobre a melhor maneira de auxiliar na conscientização dessas meninas.

O fim do HPV?

O papilomavírus humano (HPV), o vilão que provoca o desenvolvimento do câncer de colo do útero, está com os dias contados. É o que prevêem os especialistas. A doença sexualmente transmissível afeta uma em cada quatro mulheres em idade sexual ativa, mas ganhou uma importante adversária: a vacina. Com ela um novo marco no tratamento da doença. O professor de Toconoginecologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Newton Sérgio Carvalho, que coordenou um grupo que pesquisou a imunização contra a doença entre as brasileiras, esclarece que os estudos indicaram índices de eficácia de 91% contra a infecção incidente e de 100% contra infecções persistentes de alguns tipos de HPV. As vacinas já estão no mercado, mas os estudos continuam. Os cientistas acreditam que elas mudarão o curso das contaminações pelo HPV, transformando o câncer de colo de útero numa doença relativamente rara.

Xô, barriga!

Quem diria que a fita métrica seria uma importante aliada na luta contra as doenças do coração. Ela serve para medir, de maneira simples e prática, a circunferência abdominal de homens e mulheres, um novo medidor de risco para doenças cardiovasculares. A cintura deles não pode passar de 90 centímetros; delas, 80 cm. Essa medida padrão foi estabelecida pela tabulação dos resultados obtidos por uma pesquisa mundial, Shape of the Nations, algo como ?a silhueta das nações?. No Brasil, o resultado mostrou que, apesar de 81% dos médicos e 21% dos pacientes terem conhecimento dessa relação complicada, isso não se traduz em ação efetiva.

?Saber de que forma a gordura se distribui pelo organismo é importante instrumento na batalha contra a obesidade?, diz o especialista em obesidade Alfredo Halpern, da Universidade de São Paulo. Para ficar longe do grupo de risco, a primeira coisa a fazer é não exibir uma deselegante barriguinha por aí. Ele explica que a principal ameaça à saúde não é a gordura subcutânea, mas a localizada na região abdominal, e que, mesmo pessoas com índice de massa corpórea (IMC) normal, podem sofrer de síndrome metabólica.

Ladrões de sono

Hoje em dia, dormir bem e suficiente é privilégio de poucos. Conforme levantamento realizado pelo Datafolha, um em cada três brasileiros sofre de insônia ou dorme muito mal. Se você é um daqueles felizardos que só encosta a cabeça no travesseiro, fecha os olhos e dorme a noite inteira, comemore. Afinal, fazer parte da legião de insones que se revira na cama ou perambula pela casa não traz nenhuma vantagem. Ao contrário, os distúrbios do sono, silenciosamente ou não, podem levar a uma série de doenças que afetam a qualidade de vida das pessoas.

Não existem estudos específicos sobre as conseqüências das doenças geradas pelo sono, mas é fato comprovado que os pacientes com insônia utilizam mais os serviços médicos de qualquer natureza ? clínicos ou psiquiátricos ? e faltam muito mais ao trabalho, gerando importantes gastos para as empresas e para o governo. Existem mais de 80 tipos de distúrbios do sono classificados pela medicina. Alguns mais freqüentes e outros menos comuns, por isso as pessoas não pensam que determinado problema pode estar relacionado à qualidade de seu sono.

Clandestinas

O consumidor não enxerga, mas elas fazem parte dos ingredientes de sorvetes, bolos e doces de padaria, dos salgadinhos tão apreciados pelas crianças e dos biscoitos industrializados, entre outros, sem que ninguém as perceba. Só que as gorduras trans tiveram que deixar a clandestinidade, depois que diversos estudos comprovaram que seu uso é prejudicial à saúde. Com efeito, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) obrigou que as indústrias passem a indicar a quantidade de gordura trans presente nos alimentos.

A informação sobre a quantidade dessas substâncias deve estar fixada em gramas e constar na tabela nutricional, presente nos rótulos e embalagens dos alimentos, junto aos dados sobre valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, etc. Especialistas afirmam que o consumo da gordura trans, além de aumentar o colesterol ruim, diminui o bom. As mães também devem ficar de olho nas quantidades ingeridas pelas crianças, pois essa substância pode interferir na composição de outros nutrientes que são importantes para o desenvolvimento de bebês e crianças.

O desafio do milênio

Fatores genéticos (herança familiar) e ambientais (obe-sidade, trauma emocional, gravidez, infecções bacteria-nas e viróticas, estresse, etc.) são alguns dos causadores do desencadeamento do quadro de diabetes. Ou seja, quando alguém recebe o diagnóstico de diabetes é por-que tem propensão genética, aliada a um ou mais dos fatores desencadeantes. O diabetes é muito mais do que um problema que impede as pessoas de comerem doces, gorduras, beberem refrigerantes, sucos e outros, muito menos uma doença que pode ser tratada facilmente com dietas.

Esse distúrbio metabólico impõe mudanças de estilo de vida, que são importantes para a saúde, e valem para todas as pessoas. O diferente é que se o diabético não seguir essas regras, as complicações podem chegar mais cedo. As pessoas com diabetes têm, basicamente, excesso de açúcar no sangue porque o pâncreas não produz insulina suficiente, ou porque alguns órgãos fecham as portas para essa substância responsável por distribuir a glicose pela corrente sangüínea para que o organismo a use como combustível.

Terceira dentição

Hoje em dia, cada vez mais pessoas colocam aqueles pequenos parafusos de titânio, cuja única função é a de suportar uma ou várias coroas dentárias. Assim, depois da colocação dessa raiz artificial, o implantodontista fixa um dente artificial e deixa, em quase cem por cento dos casos, o paciente com o sorriso de artista de cinema. De acordo com o ortodontista Écio Soares, da Oral Clin, os implantes podem ser considerados como a terceira dentição de uma pessoa. Os implantes propiciam uma mastigação mais eficiente, além da melhora na estética, na fonética e da auto-estima, contribuindo assim para um melhor convívio social.

Para se conseguir implantes bucais com bons resultados estéticos e funcionais, a qualidade óssea é fundamental. Nos casos em que não exista essa condição óssea, é preciso realizar um enxerto ósseo. Nesses casos, esse procedimento faz parte da preparação da região bucal para receber um implante. As clínicas especializadas devem contar com profissionais qualificados para executar essas intervenções. Como a maioria delas é feita no consultório, este deve estar preparado para oferecer o tratamento adequado ao paciente. 

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