Tecpar produzirá em 2007 proteína de vacina tetravalente

De forma indireta, o Paraná será responsável, a partir do ano que vem, pela saúde de 12 milhões de crianças brasileiras com mais de dois meses de idade. O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) inaugurou ontem o laboratório que vai produzir a proteína monomérica tetânica (PMT), substância indispensável para a fabricação da vacina tetravalente, que dá imunidade contra a difteria, tétano, coqueluche e meningite B.

A nova vacina é uma versão mais completa da vacina tríplice, que protegia as crianças apenas contra as três primeiras doenças. Até hoje, a PMT utilizada nas vacinas era importada pelo Instituto Biomanguinho, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que produz a vacina no Rio de Janeiro e distribui por todo o país.

Segundo o presidente do Tecpar, Mariano de Matos Macedo, o investimento no laboratório foi de R$ 3 milhões. ?Há dez anos, estava desativado um centro que seria destinado à fabricação de vacinas. Era uma ponta de produção que foi reativada, com a adaptação de um moderno laboratório?, explica o presidente. ?O Tecpar investiu em melhorias, principalmente em boas práticas de fabricação, e usou a competência técnica e a estrutura existente?.

A PMT é uma proteína produzida a partir de outra proteína, presente na composição do tétano. ?A proteína é de origem biológica, o que a torna muito sensível. Por isso o controle de qualidade é rigoroso. Só pessoas capacitadas e autorizadas podem entrar no laboratório?.

Os testes físico-químicos realizados já aprovaram o insumo, que atendeu às especificações exigidas. O produto teve um bom desempenho já no primeiro lote e depende somente do resultado final dos testes clínicos, que até o momento são positivos. ?A partir do ano que vem, ele já estará presente nas vacinas tetra de todo o Brasil?.

A preocupação com a qualidade das vacinas não é à toa. Das quatro doenças que ela previne, apenas a difteria não pode levar à morte. As outras três, se contraídas e mal tratadas, podem ser letais, especialmente se adquiridas por crianças que vivem em condições sanitárias adversas.

Biocombustível

A inauguração do laboratório contou com a presença do governador em exercício Hermas Brandão, que enalteceu o trabalho pioneiro do Tecpar. ?O Paraná, por meio do Tecpar, estará ajudando a salvar muitas vidas no país?, afirmou.

Aproveitando a visita do governador, Macedo o levou para conhecer a planta de produção de biocombustível do Tecpar, com capacidade de 500 a 1.000 litros por dia, que deve estar funcionando em 20 dias. ?No setor de biocombustível, somos referência?, diz. Em breve, acreditamos que tratores poderão funcionar com o novo combustível, que além de mais barato é menos poluente. O projeto atende ao objetivos do Programa Paranaense de Bioenergia.

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