Sucesso do tratamento da esclerose múltipla é maior com adesão à terapia

Cerca de 70% dos pacientes com esclerose múltipla da forma recorrente-remitente (com surtos seguidos de melhoras), tratados com medicamentos imunomoduladores, mantêm a doença controlada e a qualidade de vida preservada por um longo período. Mas para que a terapia seja bem sucedida são necessárias a realização do diagnóstico precoce e a adesão do paciente ao tratamento.

O alerta é da neurologista Dra. Maria Lúcia Brito Ferreira, chefe do Serviço de Neurologia do Hospital da Restauração (Recife – PE) e coordenadora do Centro de Referência de Atenção ao Paciente Portador de Doenças Desmielinizantes (CRAPPDD) daquela instituição. A médica elaborou a nova aula do curso gratuito on-line "Educação Científica Continuada em Esclerose Múltipla", destinado a profissionais de saúde e promovido pela Academia Brasileira de Neurologia (ABN), com apoio do Laboratório Serono.

A forma recorrente-remitente da esclerose múltipla é a mais comum, e caracteriza-se pela manifestação de surtos (aparecimento ou piora dos sintomas), que podem deixar seqüelas ou não, seguidos por remissão (isto é, uma melhora ou desaparecimento dos sintomas). "Como a doença não tem cura, o objetivo do tratamento é evitar os surtos ou diminuir a sua gravidade, preservando a qualidade de vida do paciente", explica a Dra. Maria Lúcia Brito.

Para que o tratamento atinja o objetivo, a especialista ressalta ser imprescindível que o paciente tome regularmente os medicamentos. O que nem sempre é fácil de ser feito, uma vez que a esclerose múltipla é uma doença crônica e os pacientes necessitam ser medicados por toda a vida. Por essa razão, preconiza-se que a pessoa com esclerose múltipla seja bem informada sobre a doença e sobre a importância da adesão ao tratamento.

"No nosso Centro, os neurologistas têm longas conversas com o paciente para explicar sobre a esclerose múltipla, o tratamento, e dirimir suas dúvidas. Uma enfermeira orienta o portador e seus familiares como aplicar a medicação. Também contamos com o trabalho de uma psicóloga", explica a Dra. Maria Lúcia, ressaltando que o atendimento é gratuito e a medicação também é distribuída gratuitamente pelo Governo.

Esclerose Múltipla

A Esclerose Múltipla é a causa mais comum de incapacidade neurológica em adultos jovens. Pode afetar os movimentos, causar problemas visuais, dificuldades do controle da urina e até impotência. A doença atinge dois milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil não há dados precisos sobre o número de pacientes, mas estima-se que seja da ordem de 25 mil a 50 mil pessoas.

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