Radiologia intervencionista se desdobra em múltiplos tratamentos

Pequenos tubos que medem apenas alguns milímetros de diâmetro, conhecidos por cateteres, percorrem o organismo por meio de vasos sanguíneos e conseguem tratar inúmeras enfermidades e disfunções, inclusive um dos distúrbios que adiam o desejo das mulheres em se tornarem mães: a infertilidade.

Tanto na mulher quanto no homem, o problema pode ser resolvido por meio de procedimentos minimamente invasivos, modernos e de eficácia comrovada, pertencentes à especialidade da Radiologia Intervencionista.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 15% dos casais sofrem com a infertilidade. No Brasil, a estimativa é que cerca de 270 mil tenham dificuldades para gerar filhos.

Para Alexander Ramajo Corvello, chefe do serviço de Radiologia Intervencionista do Hospital Santa Cruz, de Curitiba, existem pelo menos quatro tipos de tratamento em que a radiologia intervencionista atua com propriedade. Eles variam de acordo com a origem do problema.

Nos homens, quando os problemas de ereção são causados pela dificuldade do sangue em chegar ao pênis, devido a artérias obstruídas por placas de gordura, utiliza-se um stent, que chega aos vasos por meio de incisões milimétricas na virilha.

“O instrumento abre a artéria e permite o fluxo de sangue adequado para o pênis e testículos”, explica o especialista. Esse dispositivo, popularmente conhecido como “molinha”, é o mesmo utilizado para tratar obstruções nos vasos do coração. “Ele possui uma medicação em sua malha de metal, que dificulta a reobstrução da artéria, propiciando resultados duradouros”, completa Corvello.

Embolização

Também no sexo masculino, quando ocorre a varicocele, ou seja, as veias ficam doentes e alargadas, ocasionando a destruição de espermatozóides, o tratamento é igualmente rápido e eficaz.

O radiologista ressalta que, nesse caso, opta-se pela embolização, um método minimamente invasivo que consiste na introdução de um cateter que injeta pequenos espirais metálicos, chamados microfilamentos, dentro dos vasos e cuja função é fechar as varizes, tratando o problema. “A inserção do cateter também é feita pela virilha, com incisões pequenas e anestesia local”, esclarece o médico.

Na mulher, a infertilidade ocorre por diferentes motivos, entre eles a síndrome pélvica, que consiste no alargamento das veias que drenam o útero e o ovário. “O mesmo método de embolização utilizado nos homens, também pode ser utilizado em pacientes do sexo feminino, de maneira rápida e indolor”, reconhece o especialista.

Controle dos sintomas

O mioma uterino, enfermidade que pode deixar mulheres inférteis, também pode ser tratado com a radiologia intervencionista. A embolização uterina é um método não-cirúrgico e minimamente invasivo que apresenta altos índices de sucesso no controle definitivo dos sintomas da doença, entre eles, intenso sangramentos menstruais acompanhados de anemia, cólicas incapacitantes e vontade de urinar muito frequente.

De acordo com os radiologistas, uma das maiores vantagens é que o tratamento dispensa a retirada do útero, símbolo de fertilidade e feminilidade. De acordo com Alexander Corvello, as mulheres voltam às atividades diárias de quatro a sete dias após o procedimento.

“Nas cirurgias de retirada do mioma ou do útero, ao contrário, a mulher necessita um mês de recuperação e tem as suas chances de engravidar, irremediavelmente, descartadas”, compara.

Dados comprovam que, após se submeter ao procedimento, a mulher pode ter de 10% a 30% de chances de engravidar. “Um dado expressivo, já que no caso da retirada do mioma ou do útero isso ,não é mais possível, podendo desencadear problemas emocionais e psicológicos, como a depressão e perda de autoestima”, completa o radiologista intervencionista.

Procedimentos minimamente invasivos tratam a disfunção com pequenas incisões e anestesia local.

Voltar ao topo