Programa de DST/Aids é ampliado entre os índios

O Programa Nacional de DST/Aids, do Ministério da Saúde, vai intensificar as ações nos 34 distritos sanitários criados nas comunidades indígenas de todo Brasil. Numa parceria firmada com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), ficou definido que R$ 17 milhões serão investidos em três anos. Os primeiros R$ 2,6 milhões já estão sendo aplicados.

Conforme o assessor técnico da Unidade de Prevenção do Programa de DST/Aids, Ivo Brito, a principal diferença no tratamento de pacientes com o vírus na população branca e indígena é a abordagem. O índio tem uma dificuldade maior de adesão ao tratamento: “É importante saber que a comunidade indígena é corporativa. Quando um índio sofre por uma doença, todos sofrem junto com ele”, explicou, lembrando que a utilização do preservativo também encontra resistência diferenciada. “Principalmente em comunidades menores, onde eles temem que haja um impacto na reprodução da espécie. Temos que administrar essas situações.”

Brito lembrou que a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis acontece em comunidades indígenas desde 1980. “Inclusive o primeiro índio com aids no Brasil foi um paranaense”, lembrou. O assessor técnico destacou que interação com o homem branco aumenta o risco de contato com a doença. “Cada região tem uma particularidade. No Norte, por exemplo, existem meninas índias que acabam se prostituindo, devido à presença de empreiteiras e mineradoras. Já no Sul, o grande problema é a pobreza das comunidades, que acaba gerando o alcoolismo, outro fator que contribui para a contaminação”, observou.

Voltar ao topo