Pílula do dia seguinte é utilizada sem orientação

Um estudo de pesquisadores da área de enfermagem do estado de São Paulo mostra que universitárias recorrem ao método de anticoncepção de emergência (pílula do dia seguinte) bem mais do que, em tese, seria esperado para jovens com nível superior de instrução.

As pesquisadoras identificaram que quase metade das entrevistadas com vida sexual ativa já havia utilizado a anticoncepção de emergência.

O Ministério da Saúde indica o método “somente em casos de emergência e não como método anticoncepcional de uso rotineiro”.

Os dados do estudo, publicados na última edição da revista Texto e Contexto, resultam de coletas realizadas com 300 estudantes matriculadas no curso de enfermagem na capital paulista. A intenção era identificar quais métodos contraceptivos eram utilizados e de que forma, com foco principal no uso da pílula do dia seguinte.

Os autores esclarecem que suas entrevistadas – que usaram a anticoncepção de emergência – adquiriram a pílula do dia seguinte em farmácias e por iniciativa própria, sem orientação de um profissional de saúde.

Os fatores que as levaram a buscar essa alternativa foram falhas no método que estavam utilizando, entre eles ruptura de preservativos ou esquecimento de tomar contraceptivos orais, “além da insegurança em relação à eficácia do anticontraceptivo utilizado”.

Por fim, escrevem, “verificou-se que o uso da anticoncepção de emergência foi associado a ter tido dois ou mais parceiros sexuais, a conhecer alguém que já tinha utilizado-a e a já ter deixado de usar o preservativo masculino em alguma relação sexual”.