Osteoporose deixa os ossos frágeis

A ação mais importante que se pode fazer para impedir ou reverter os quadros de osteoporose é o exercício. A atividade física estimula a formação e o fortalecimento dos ossos.

Independentemente da idade, pessoas que se envolvem em exercícios regulares têm maior densidade óssea. E o inverso também é verdadeiro – a inatividade pode tornar os ossos frágeis.

Essa conscientização é importante para o combate a essa verdadeira “epidemia silenciosa”, lembrada neste dia 20 de outubro

“Dia Mundial da Osteoporose”, uma doença comumente associada às mulheres na pós-menopausa, mas que também atinge a população masculina. Hoje, no mundo, há uma mulher em cada três e um homem em cada oito convivendo com a doença. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a expectativa de vida do brasileiro, a partir da década de 1980, cresceu em dez anos.

A população idosa do País, hoje, corresponde a aproximadamente 11%. Estima-se que, em 2050, esse percentual chegue a 25%. Com o aumento da população idosa, o número de internações causadas por fraturas em quedas também se eleva.

Conforme dados do Ministério da Saúde, em 2008, fraturas de fêmur foram responsáveis por quase 33 mil internações na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), com gastos de mais de R$ 58 milhões.

Densitometria óssea

Para quem só ouviu falar da osteoporose a partir de alguns anos, quando ela se tornou mais conhecida, o reumatologista Sebastião Radominski lembra que a doença sempre existiu.

“Só que não tínhamos exames e equipamentos para diagnosticá-la com precisão”, frisa. No entender do especialista, apesar de todos os avanços, nada substitui o trinômio informação/orientação/prevenção.

A osteoporose é muito comum em pessoas idosas. A doença torna os ossos frágeis e sujeitos às fraturas. Segundo estudos, o risco de uma mulher ter fratura osteoporótica é maior que o risco combinado de câncer de mama, útero e ovário.

“Por isso, é fundamental que a osteoporose seja detectada precocemente e tratada para que se diminua o risco de fraturas e suas graves consequências”, alerta o especialista.

Segundo o endocrinologista Mauro Scharf, do Frischmann Aisengart/DASA, um dos principais problemas é o diagnóstico da doença, que não apresenta sintomas até que aconteçam as fraturas ósseas.

“Como normalmente os pacientes só percebem que têm a doença quando acontece a primeira fratura, é pouco comum conseguirmos um diagnóstico precoce, que seria feito por exames de densitometria óssea, avaliação clínica e pesquisa dos fatores de risco”, alerta o médico.

Considerado um sério problema de saúde pública, a osteoporose pode causar dor, perda da liberdade e autonomia dos movimentos, bem como fraturas graves que elevam o risco de morte. A perda da massa óssea ocorre mais intensamente nas mulheres após a menopausa. Os custos de tratamento são altos e o impacto sócio-econômico é grande.

Fatores de risco

Scharf explica que a densitometria óssea avalia a densidade dos ossos, em especial a coluna, o quadril e os pulsos. É um exame com baixa exposição à radiação, que não provoca dor ou desconforto, que consegue identificar sinais precoces de osteoporose ou de enfraquecimento ósseo.

A recomendação é que mulheres com mais de 65 anos, com menopausa precoce ou pós-menopausa, em uso de medicamentos corticóides, com diabetes tipo 1, doença hepática, renal ou de tireóide, realizem preventivamente um exame por ano.

Além da idade avançada, a história prévia de fratura e imobilização prolongada são importantes fatores de risco para a doença. Sebastião Radominski lembra que pessoas de etnia caucasiana, alguns fatores genéticos, os hábitos de vida (consumo abusivo de álcool, cafeína, tabagismo e drogas), baixa ingestão de c&,aacute;lcio e vitamina D, menopausa precoce ou menarca tardia, além de outras doenças endócrinas e do uso crônico de corticóides também são associados à osteoporose.

Hoje, os avanços científicos já permitiram a descoberta de diferentes formas de prevenção de fraturas osteoporóticas. Entre os diversos tipos de tratamento estão a terapia de reposição hormonal (TRH) e a administração de drogas que estimulam a formação de tecido ósseo. Até algum tempo, os tratamentos aprovados para a osteoporose atuavam, basicamente, apenas com a redução ou a interrupção da perda óssea.

O cálcio nos alimentos

* Leite de vaca pasteurizado 1 copo (200 ml) = 246 mg
* Queijo prato 15 gramas (uma fatia fina) = 126 mg
* Iogurte 1 pote (200 mg) = 240 mg
* Espinafre 100 gramas = 79 mg
* Escarola 100 gramas = 81 mg
* Folhas de abóbora 100 gramas = 477 mg
* Sardinha 30 gramas (uma porção pequena) = 86 mg

Sem dúvidas

Mulheres são as mais afetadas do que os homens. Geralmente, eles apresentam a doença a partir dos 70 anos. Elas estão sob o risco a partir dos 50 anos.
 
A doença não provoca dores, ela faz com que os ossos fiquem mais frágeis e propensos a fraturas.
 
Até o momento, a doença não tem cura, por isso a prevenção é importantíssima.
 
O uso prolongado de medicações, como corticóides e outras doenças podem levar à osteoporose em qualquer idade.
 
Atingir as quantidades recomendadas no consumo de cálcio ajuda a ganhar massa óssea e é condição básica para a eficácia de qualquer outro tratamento para a osteoporose.
 
As atividades físicas mais indicadas são caminhadas, alongamentos, ioga e até musculação, desde que supervisionados por um especialista.