Olhos também precisam de proteção no inverno

No verão, a exposição dos olhos ao sol é uma preocupação constante de quem deseja aproveitar ao máximo o período de férias ao lado da família e amigos.

Contudo, o que muita gente esquece é que com a chegada do inverno esse cuidado deve continuar.

Por mais que não haja um calor excessivo, o uso de óculos com proteção solar e cuidados com os horários de exposição ao sol devem ser permanentes, uma vez que os efeitos nocivos dos raios ultravioleta não saem de férias durante o frio.

Segundo Tânia Schaefer, presidente da Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, Córnea e Refratometria (Soblec), se não forem devidamente protegidos, os olhos podem apresentar problemas mesmo quando a temperatura está em baixa.

“Parte dos olhos, como córnea, cristalino e retina podem sofrer lesões sérias com os efeitos prejudiciais dos raios ultravioletas e a exposição às intempéries”, afirma a oftalmologista, lembrando ainda que doenças, como edemas, úlceras crônicas, catarata e degeneração macular podem ser potencializadas.

Por isso, mesmo no inverno, é importante proteger os olhos. Tanto a catarata quanto a degeneração macular são doenças típicas da terceira idade, mas que têm surgido cada vez mais precocemente devido à falta de proteção. “Por isso, crianças, jovens e adultos, de qualquer idade, devem tomar cuidado com o sol do inverno”, recomenda a especialista.

Os resultados da deterioração causada pelos raios ultravioleta aparecem em longo prazo e podem acelerar o processo de envelhecimento e deteriorização da visão. Ou seja, a incidência dos raios ultravioleta sofridas hoje pode não ser sentida amanhã ou depois, mas provavelmente daqui quinze ou vinte anos.

Olho seco

Os óculos de sol sem proteção UV ou de má qualidade devem ser descartados, pois as lentes de vidro ou de acrílico colorido causam a dilatação da pupila da pessoa exposta ao sol, fazendo com que uma quantidade ainda maior de raios prejudiciais alcance a retina.

Para as crianças, o cuidado deve ser redobrado: jamais devem ser incentivados o uso de óculos de brinquedo ou aqueles comprados em barracas de camelô. No inverno, o clima seco aliado ao sol e a poluição, aos sistemas de calefação ou ar-condicionado, além da exposição ao monitor de computador pode intensificar a incidência de olho seco.

Esse distúrbio é um dos primeiros sinais que os olhos dão quando há algo a ser monitorado. A médica recomenda muita atenção à sensação de areia nos olhos, ardor, queimação, irritação, olhos vermelhos, fotofobia, visão borrada que melhora ao piscar, lacrimejamento excessivo ou embaçamento.

Esses sintomas, geralmente, se agravam ao final do dia, em condições de baixa umidade causada pelo inverno. Ao sentir alguns deles, é importante procurar um oftalmologista.

“O ideal é que, todo ano, façamos pelo menos uma consulta oftalmológica”, avalia Tânia Schaefer. “Afinal, na hora de cuidar dos olhos, a prevenção é sempre a melhor opção”, completa.

Muito tempo on-line compromete a visão

Atualmente, poucas atividades profissionais dispensam o seu uso. Nos estudos e no lazer ele vem ocupando cada vez mais espaço na vida de crianças, adolescentes e adultos.

É por essa e por outras que quem passa horas e mais horas à frente de um computador está sujeito a uma doença que os especialistas chamam de síndrome da visão de computador (CVS, sigla em inglês).

De acordo com o oftalmologista Otávio Siqueira Bisneto, a síndrome, apesar de não ter relação direta com quem sofre de um distúrbio chamado olho seco, encontra nos portadores dessa doença ocular sua vítimas preferenciais.

Segundo o consultor óptico Eric Gozlan, se a pessoa passa mais de duas horas por dia diante da tela de um computador, seus olhos ardem e ficam vermelhos, além disso, em muitos casos, sente que a visão fica embaçada.

Com efeito, a probabilidade de ser atingido pela síndrome &ea,cute; muito grande. Estudos mostram que mais de 70% dos usuários de computador sofrem de CVS. “Esse índice, no entanto, não é motivo de pânico, visto que a visão não vai ficar mais fraca, a questão é o incômodo que o distúrbio causa”, garante o especialista.

Otávio Bisneto alerta para o fato de que ao trabalharmos ao monitor, temos a tendência de pestanejar com menos frequência do que normalmente. Isso acontece de modo inconsciente e ajuda a evitar que a pessoa passe a focar e refocar constantemente os olhos. “Um pestanejar menos frequente, é causa importante para o surgimento de olhos secos, vermelhos e irritados”, adverte o oftalmologista.

Além do tempo de uso do equipamento, o ambiente em que o computador se encontra, a maneira com que as pessoas se relacionam com ele e as características da máquina são determinantes para o surgimento da síndrome.

Distúrbios da visão

* Glaucoma ou catarata congênitos, miopia, hipermetropia e astigmatismo
* Doenças hereditárias, como anomalias da retina, córnea, íris e nervo óptico
* Desconforto, ofuscamento, fotofobia e dificuldade na visão noturna
* Queimaduras e degeneração na pele das pálpebras, pterígio, ceratite (relativa às córneas) e degeneração na retina
* Presbiopia (vista cansada) e catarata
* Síndrome da visão no computador, que acomete 75% dos usuários de PC, caracterizada por dor de cabeça, olhos vermelhos, lacrimejamento e olho seco.

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