O poder da mente no processo de cura

A associação da observação intuitiva, uma das principais características da medicina holística, com o conhecimento científico desenvolvido pela Medicina, dita ocidental, vão se convergindo cada vez mais em benefício da saúde e do bem-estar dos pacientes. Um número significativo de adeptos dessa nova maneira de cuidar da saúde da população está espalhado por várias especialidades médicas, utilizando diversos tipos de técnicas como ferramenta para entender o ser humano em sua vasta extensão. Esses médicos consideram não investigam apenas as enfermidades que o corpo apresenta, mas, também, procuram entender melhor a mente e o espírito desses pacientes.

O médico Gyl Ramos, oncologista do Hospital Erasto Gaertner, acredita que se pode entender o ser humano como formado por centros de energia que influenciam em sua saúde. "Emoções como raiva, insatisfação e medo estão estreitamente relacionadas a esses centros", diz. Conforme o médico, eles liberam uma substância chamada cortisol, que ao contrário da adrenalina (uma substância que tem ação intensa e imediata), ao ser liberada de forma contínua e em menores quantidades pode desencadear vários tipos de doenças.

A tendência da medicina, no entender de Ramos, é combinar a medicina holística com a tradicional, agregando fatores que a ciência tem limites para explicar. "O estresse é um deles", explica o médico. Mesmo investigando-se as suas conseqüências, a ciência ainda se vê restrita a dar explicações de como o estresse atua detalhadamente no cérebro. Já, a medicina holística explica que o distúrbio estimula a liberação de substâncias que, combinadas com o meio, podem ser um dos fatores responsáveis pelo desencadeamento de outras diversas doenças. Porém, tomar consciência desses acontecimentos é o pontapé inicial para evitar aquelas doenças causadas pela própria pessoa, a chamada somatização, que pode se resumir a algumas queixas, como alterações de sensibilidade da pele ou distúrbios gástricos, por exemplo.

Evolução pessoal e espiritual

O oncologista explica que vivencia diariamente situações que diferenciam as pessoas diante do câncer. Geralmente aquelas que reagem com depressão à doença apresentam uma evolução pior do que as que tomam a doença como um aprendizado. "O mais importante no enfrentamento de uma doença é a busca do entendimento frente à vida e de que a doença deve ser encarada como algo pontual, obviamente importante para o bem-estar e a continuidade da vida em si, mas também para o refinamento da evolução pessoal e espiritual", assinala.

Estudos científicos dão embasamento às observações e à vivência da medicina holística. O diagnóstico do câncer por vezes é feito um a dois anos após uma crise emocional devastadora. Os traumas relatados com maior freqüência incluem divórcio, morte do cônjuge, do filho, dos pais, perda de emprego, ausência de sentido de vida e trauma social. "Eu recebi no meu consultório, por exemplo, uma mulher que teve câncer de mama após vivenciar a perda de emprego após muitos anos e mudança dos filhos de cidade, o que pode não ser uma simples coincidência, mas um fator precipitante no desenvolvimento da doença já iniciada por outros fatores", relata Ramos.

Diante desses fatores que podem contribuir para o aparecimento desta e outras doenças, a sugestão dos especialistas em corpo, mente e espírito, é saber o que está acontecendo consigo mesmo e treinar o controle sobre as emoções, principalmente aquelas em excesso, eliminando prejuízos ao organismo.

Dicas para uma atitude positiva

· Não deixe que pensamentos negativos lhe venham a mente.

· Não compartilhe sentimentos de raiva.

· Ao se aborrecer, faça de tudo para se distrair com coisas mais amenas.

· Ouça com atenção o que as outras pessoas falam.

· Tente ser mais compreensivo perante as situações difíceis por quais outras pessoas passam.

· Procure aumentar o seu contato com outras pessoas.

· Faça exercícios regularmente.

· Pratique o perdão.

· Encare com bom humor suas tendências hostis.

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