O especialista: Distúrbios da audição em idosos

ms01200906.jpgCom a expectativa de vida aumentando, surgiu a necessidade de compreendermos os idosos como indivíduos altamente complexos e diferenciados. Várias profissões dirigem sua atenção e estudos para melhor compreender os aspectos que envolvem o envelhecimento, visando minimizar as suas conseqüências, garantindo uma melhor qualidade de vida para a terceira idade.

Presbiacusia é o nome dado à perda auditiva decorrente do processo de envelhecimento do ouvido. A deficiência auditiva gera, no idoso, um dos mais incapacitantes distúrbios de comunicação, impedindo-o de desempenhar plenamente seu papel na sociedade. É comum observarmos o declínio da audição acompanhado de uma diminuição frustrante na compreensão de fala no idoso, compromentendo sua comunicação com os familiares e amigos.

O fluxo constante de comunicação e informação mantém o indivíduo ativo na sociedade. O isolamento da pessoa idosa, particularmente, da sociedade mais jovem, e o conseqüente declínio na qualidade de sua comunicação devido à perda auditiva, gera um profundo impacto psicossocial.

Com o passar do tempo, associada a fatores como exposição a ruídos intensos, uso indiscriminado de medicamentos, tensão diária e doenças adquiridas, vamos perdendo nossa sensibilidade auditiva. Ouvimos, mas não entendemos. Sons altos incomodam. Zumbidos e dificuldade de perceber sons musicais mais agudos podem ser alguns dos sintomas dessa perda de audição.

Uma forma de minimizarmos o grau da perda auditiva é mantermos condutas saudáveis também em relação ao ouvido, quando ainda jovens. Exemplos seriam não se expor aos ruídos intensos e não tomar medicamentos sem a prescrição médica.

Até o final da década de 1980, a grande preocupação do fonoaudiólogo que atuava com idosos deficientes auditivos era encontrar um sistema de amplificação que atendesse plenamente às necessidades acústicas percebidas na avaliação auditiva. Entretanto, um grande número de usuários de próteses auditivas, após curto período de tempo, abandonava-as, por melhor que fosse a adaptação. Diante dessa realidade, o fonoaudiólogo se voltou para o portador da deficiência auditiva, procurando, com seu auxílio, encontrar respostas que explicassem o abandono do uso dos sistemas de amplificação.

Atualmente, um programa de reabilitação audiológica global, que auxilia o idoso portador de deficiência auditiva e seus familiares a lidarem com as desvantagens e incapacidades resultantes dessa deficiência, poderá acelerar esse processo, contribuindo para restaurar o seu bem-estar físico, mental e social.

Cecília Lopes da Silva é mestre em distúrbios da comunicação e docente do curso de Fonoaudiologia da PUCPR.

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