O especialista: 12×8 é o limite

saude2.jpgMuito se tem falado que a hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença silenciosa. E na verdade ela é mesmo. A sua incidência em pessoas adultas está entre 15% a 20%. Nos idosos esse número cresce para cerca de 50%. Além disso, as doenças cardíacas são responsáveis por 30% de todas as mortes. Alguns fatores contribuem de forma importante para que o contingente de hipertensos não pare de crescer, entre eles, tabagismo, sedentarismo, hábitos nocivos de alimentação, distúrbios do sono, uso abusivo de sal e os ambientes estressantes. Os tratamentos para hipertensão arterial têm por objetivo reduzir a morbidade ? situação em que a pessoa fica com a qualidade de vida prejudicada, e a mortalidade – causada por complicações cardíacas.

Uma grande dificuldade é a falta de adesão ao tratamento indicado pelo médico. Muitos pacientes desconhecem os verdadeiros riscos da doença (os sintomas muitas vezes são imperceptíveis) e interrompem o tratamento. Do grande número de pessoas que sofrem de hipertensão, apenas um terço delas estão com a doença controlada. O maior desafio da classe médica é com o restante dos hipertensos que, sem qualquer tipo de controle, estão por aí, correndo o risco de sofrer graves complicações.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia, até bem pouco tempo, tolerava em até 13×9 os níveis de pressão normal. Hoje em dia, quando a pressão arterial de uma pessoa ultrapassa 12×8 deve ficar atento, pois se ainda não é considerada hipertensa, já mostra uma tendência à doença. Além da eliminação dos hábitos nocivos, o tratamento da hipertensão inclui o controle do colesterol e triglicerídeos, além da prescrição de medicamentos anti-hipertensivos. Nos jovens, quando tratada de forma adequada, a pressão alta tem cura. A hipertensão também acomete jovens e, até mesmo, crianças. Quando é detectada precocemente pode se identificar uma causa orgânica que pode ser curada. Caso ela seja primária (sem causa orgânica) poderá receber orientação preventiva que evitará danos irreversíveis ao coração no futuro. O tratamento nos idosos visa amenizar o quadro geral e controlar os sintomas. Essa ação consegue diminuir o número de internamentos e, por conseqüência, os gastos do sistema público de saúde.

Pedro Michelotto, cardiologista da Clínica Paranaense de Cardiologia ? Clinicor.

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