Novo remédio contra artrite dá bom resultado

A artrite reumatóide é uma doença que afeta as articulações do corpo. A enfermidade é crônica e atinge 1% da população mundial, a maioria mulheres entre 30 e 50 anos. Um novo tratamento está combatendo o agente das inflamações da junta, resultando em uma vida sem dor.

A doença compromete as principais articulações, como as mãos, dedos, punhos, cotovelos, joelhos, tornozelos e pés. A artrite causa inflamação nas juntas, podendo gerar deformidades e até a sua destruição, o que faz o paciente entrar em um quadro de incapacidade. Os sintomas são dores, inchaço e vermelhidão nas regiões afetadas. O problema é diagnosticado a partir de duas ou três semanas de reações constantes.

De acordo com o médico Sebastião Radominski, chefe da especialidade de Reumatologia da Universidade Federal do Paraná, as causas da doença ainda não são conhecidas. O único ponto que a ciência já identificou é a proteína TNF-alfa, responsável pelo processo inflamatório. “Com os novos medicamentos, conseguimos combater esse agente, proporcionando alívio significativo dos sintomas”, explica.

Para ele, a evolução dos tratamentos fez com que a qualidade de vida dos pacientes melhorasse muito. “Eles não vão ficar mais encostados. O paciente consegue recuperar a rotina de uma vida normal, sem precisar de ajuda para fazer coisas simples”, afirma Radominski. “Mas os novos medicamentos não podem ser utilizados naqueles em que as articulações já estão comprometidas. Não vai adiantar nada”, avisa.

As mulheres são o principal alvo da artrite. Para cada homem, existem três mulheres com a doença. “A incidência maior no sexo feminino talvez venha do fator hormonal, mas isso ainda não foi comprovado”, comenta o médico.

Psicológico

A artrite também pode gerar uma crise psicológica. Foi o que aconteceu com Andressa do Amaral Carvalho, 24 anos. A primeira manifestação da doença aconteceu há seis anos e já foi bem aguda. Receber do médico a notícia para mudar o estilo de vida, aos 18 anos, não foi bem aceita por ela. “Eu tive que fazer terapia por três anos. A partir do momento que aceitei, os medicamentos também começaram a fazer efeito”, conta Andressa.

Por causa dos tratamentos com corticóide, ela engordou 17 quilos e tomava quinze remédios por dia. Há dois anos, iniciou o tratamento que inibe a TNF-alfa, fazendo aplicações do medicamento a cada dois meses. Andressa consegue levar uma vida normal, com rotina de trabalho, sem dores. Somente no frio é que as articulações ficam mais sensíveis. “O médico me disse que a artrite é um vulcão. A doença está parada, mas de uma hora para a outra pode voltar tudo. Por enquanto, estou muito bem”, avalia.

Médicos discutem sobre Crohn

A doença de Crohn também é uma inflamação crônica, mas que ataca o intestino. A TNF-alfa também desencadeia o processo inflamatório nestes casos, causando diarréia, prisão de ventre, dor abdominal, perda de peso e fístulas intestinais, já em um quadro mais grave. O paciente pode sofrer, inclusive, de obstrução intestinal, podendo passar por uma cirurgia para resolver o problema.

A doença de Crohn atinge 0,3% da população mundial. A maioria dos casos acontece com pessoas de ambos os sexos, entre 10 e 30 anos. “Não é uma doença rara, mas ocorre com freqüência”, explica Radominski. A maior incidência está nos países desenvolvidos. “Mas isso não significa que nos países mais pobres não aconteça. Acredito que nas regiões desenvolvidas, há mais acesso aos meios diagnósticos”, conta.

Esses pacientes estão recebendo o mesmo tratamento daqueles que têm artrite reumatóide. Os novos remédios são aplicados para dominar a TNF-alfa, que também gera a inflamação no intestino. Assim, os doentes conseguem atenuar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Evento

Médicos de todo o Brasil estarão reunidos hoje à noite, em Curitiba, no Hotel Bourbon, para discutir mais sobre a artrite reumatóide e a doença de Crohn. Haverá palestras e apresentações de especialistas das duas áreas. Mais informações no telefone (11) 5188-5314.

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