Ontem, cerca de 17 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade em todo Brasil saíram de suas casas para tomar a vacina contra a poliomielite, doença mais conhecida como paralisia infantil. Em Curitiba, a melhora do tempo incentivou alguns pais a saírem da cama cedo e levarem seus filhos aos postos de saúde, escolas, shoppings e terminais de ônibus onde a vacina estava disponível. Na capital, a meta era vacinar 136.069 crianças.
“Meus filhos participam de todas as campanhas de vacinação. Isso é muito importante para a saúde e o futuro deles”, disse a digitadora Viviane Tenório de Lima, que ontem levou os pequenos Mariana, de 4 anos e 9 meses, e Gabriel, de quatro meses, para vacinar. “A palavra vacina assusta um pouco minha filha, mas quando explico para ela que não é injeção e sim gotinhas, ela perde o medo.”
Na capital, a abertura da campanha de vacinação foi realizada na unidade de saúde da Praça Ouvidor Pardinho, com a participação do secretário municipal de Saúde, Michele Caputo Neto. No local, as crianças foram convidadas a participar de brincadeiras e receberam carimbos do personagem Zé Gotinha. “É importante que as pessoas saibam que, embora a poliomielite esteja erradicada no Brasil, a dose da vacina não deve deixar de ser tomada”, afirmou Michele. “Quem não puder trazer seus filhos hoje (ontem), deve saber que a vacina continuará disponível nos postos de saúde pelos próximos dias.”
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, 250 mil doses da vacina foram disponibilizadas para a capital. Em agosto, a vacinação terá uma segunda etapa. E todas as crianças que receberam ontem a primeira dose da vacina terão que receber a segunda. Para a primeira etapa, o Ministério da Saúde disponibilizou R$ 23,1 milhões. Desse total, R$ 10,9 milhões foram aplicados na compra de 26,6 milhões de doses da vacina. Outros R$ 6,2 milhões foram repassados aos estados e municípios. Para publicidade, foram disponibilizados R$ 6 milhões, gastos com produção de cartazes, folders, outdoors, entre outras coisas.
No Brasil, não são registrados casos de poliomielite desde 1989. No Paraná, o último caso aconteceu em 1986 e em Curitiba em 1985. A doença ainda está presente na Índia, Nigéria, Paquistão, Egito, Afeganistão e Níger.