Médico neurologista lança livro em “tom de conversa”

Quando a cabeça dá problema só os mutantes sobrevivem é o título do livro do médico neurologista Paulo Rogério M. de Bittencourt, lançado ontem, em Curitiba. Este é o quinto livro do médico, mas o primeiro público – um foi tese de doutorado e está em Londres, outro foi tese de professor titular da UFPR, enquanto os dois últimos foram comissionados ao Ministério da Saúde e distribuídos para o treinamento de médicos. O lançamento aconteceu no Clube Curitibano, e a expectativa era reunir cerca de 300 pessoas, entre amigos, clientes, autoridades políticas e sócios do clube.

Formado em Medicina pela Universidade Federal do Paraná, PhD em Neurologia pelo Instituto de Neurologia da Universidade de Londres e com título de professor de Neurologia também pela UFPR, Paulo Bittencourt lançou o livro também em comemoração aos seus 50 anos de idade.

O médico e escritor explica que a obra tem ?tom de conversa?. ?Escrevo como falo?, comentou. O livro tem 226 páginas, e a primeira edição (mil exemplares) está sendo lançada de forma independente – um amigo seu resolveu financiar a impressão, e Bittencourt terá o prazo de um ano para pagá-lo. ?Não vou ter problema com isso. Apresentei o livro às livrarias, e ele foi muito bem aceito?, comentou orgulhoso. O livro custa R$ 50,00.

Duas partes

Quando a cabeça dá problema… é dividido em duas partes: a primeira, que aborda a anatomia, fisiologia e farmacologia do sistema nervoso central, mas não em linguagem técnica. Apresenta ainda todas as doenças do Sistema Nervoso Central. Já a segunda parte traz informações de como conviver com as doenças, com os diagnósticos, com diferentes culturas, além de noções sobre saúde e três capítulos sobre a morte.

?A pessoa tem que ser humilde para se olhar no espelho e enxergar como é, reconhecer seus problemas e virtudes. Daí sim ela poderá melhorar sua dor de cabeça, sua ansiedade, depressão, e conviver melhor com a esclerose múltipla, o mal de Parkinson?, apontou o médico.

Segundo ele, existem problemas que precisam ser contornados: o primeiro é o tempo da consulta neurológica, insuficiente para explicar ao paciente como é a doença, a importância de se cuidar. ?De 82 a 85 trabalhei no Hospital de Clínicas, atendendo 16 pacientes em quatro horas. É impossível prestar um bom atendimento neste período?, comentou.

Outro problema apontado pelo médico é a questão religiosa. ?As pessoas, aos invés de mudar o que precisam, acabam delegando o problema à religião. Não sou contra religião alguma, mas vejo que às vezes há excesso de confiança e esperança, que retardam o tratamento?, explicou.

Para o médico, um dos maiores desafios, no entanto, é cultural. ?As pessoas cuidam melhor da saúde quando conhecem o assunto e os seus princípios. É imperativo, portanto, que elas tenham noção desde muito cedo que precisam controlar tudo o que é controlável?, disse, referindo-se a problemas como diabetes, hipertensão, ansiedade, depressão.

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