Link entre a mente e o corpo ajuda a entender a depressão

Oito em cada dez médicos dizem que seus colegas precisam receber educação em relação à ligação entre mente e corpo. Aproximadamente dois terços dos médicos se mostram preocupados em se equivocar no diagnóstico de pacientes deprimidos que sofrem de dor, devido à possível confusão sobre a relação entre mente e corpo – conexão que os especialistas admitem existir. Estes dados fazem parte da pesquisa Conexão Mente e Corpo, apresentada durante a conferência regional européia da Organização Mundial de Médicos da Família (Wonca, sigla em inglês). A pesquisa aponta ainda que o entendimento e a discussão desse tema têm papel fundamental no aperfeiçoamento do diagnóstico e no tratamento da depressão, doença que atinge cerca de 121 milhões de pessoas no mundo.

O estudo também apontou que a maioria de clínicos gerais (85%) acredita que a compreensão da conexão mente e corpo ajuda os médicos a chegar a um diagnóstico mais rapidamente. Entretanto, uma parcela menor deles (70%) costuma investigar os sintomas físicos e dolorosos durante o diagnóstico da depressão. Curiosamente, mais clínicos gerais estão propensos a sondar estes sintomas se tivessem conhecimento mais profundo da conexão entre mente e corpo.

Com efeito, a depressão e a dor têm mostrado percorrer os mesmos trajetos biológicos e químicos (conhecidos como neurotransmissores) no sistema nervoso central, que estão envolvidos na transmissão, equilíbrio e percepção de emoção e dor. De acordo com os responsáveis pela pesquisa, o tratamento da depressão deve abranger de forma completa os sintomas emocionais e físicos, para que seja possível atingir a remissão (resolução total dos sintomas depressivos) e diminuir a chance de recidiva entre os pacientes.

Com base nos dados revelados pela pesquisa, a Wonca planeja disponibilizar aos clínicos gerais um programa educacional para aumentar o conhecimento do link entre mente e corpo e seu papel no gerenciamento e tratamento da depressão, com o objetivo de aperfeiçoar o diagnóstico, tratamento e índices de recuperação de pacientes deprimidos.

Voltar ao topo