Leucemia: Uma luz no fim do túnel

A esperança de se obter a cura da leucemia mielóide crônica (LMC) parece estar mais presente na vida dos seus portadores, com o advento de medicamentos específicos, de última geração. Isso porque tais remédios atacam diretamente as causas principais da doença: crescimento incontrolável e exagerado de células e o bloqueio da produção normal de células da medula. A LMC é um tipo de câncer que começa a se desenvolver na medula óssea e daí se espalha para o sangue. Pode levar à morte em até sete anos; no entanto, 20% a 60% dos pacientes morrem no primeiro ano do diagnóstico da doença. A incidência da LMC é de dois para cada 100 mil habitantes no mundo. ?Sua gravidade, no entanto, faz do desenvolvimento de novas opções de tratamento uma questão crucial para os pacientes?, admite Mônica Conchon, hematologista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. O lançamento de uma droga específica, o Glivec, do laboratório Novartis, da classe de medicamentos que vão direto ao alvo em vez de destruir todas as células que encontram pela frente (como faz a quimioterapia), foi o fato que animou pacientes, familiares e especialistas.

Parecia que a cura do câncer havia sido descoberta. Só que, algum tempo depois, veio o balde de água fria: em uma parcela dos pacientes, o medicamento deixava de fazer efeito. ?Provavelmente, por uma adaptação das células, que se tornaram ainda mais resistentes à droga?, estima a hematologista. Um estudo apresentado por Brian Druker, o cientista da Universidade do Oregon que desenvolveu a droga para a Novartis, revela que o índice de sobrevivência entre os pacientes que tomam o remédio é de 89% cinco anos após o início do tratamento. ?Com esse remédio estamos falando em controle da doença e não em cura?, reconheceu Druker.

A boa notícia

Mesmo assim, uma boa notícia para quem tem leucemia, afinal a maioria dos pacientes em tratamento continua viva após cinco anos. Só que as novidades não pararam por aí. A agência reguladora norte-americana Food and Drugs Administration (FDA) acaba de aprovar o Sprycel (dasatinib), da Bristol-Myers Squibb, dando novas esperanças de tratamento para pacientes portadores desse tipo grave de leucemia. Nos Estados Unidos, o medicamento recebeu aprovação acelerada para o tratamento de todas as fases de leucemia mielóide crônica (LMC), por pacientes resistentes ou intolerantes às terapias hoje existentes, incluindo o Glivec.

O medicamento também foi aprovado de forma definitiva para o tratamento da leucemia linfóide aguda (LLA), um outro tipo de câncer, que afeta os linfócitos e sua produção na medula óssea, principalmente em crianças. ?É a doença infantil maligna mais comum ? cerca de 30% das crianças que sofrem com algum tipo de câncer e 80% das que sofrem com leucemia estão acometidas por LLA?, comenta Mônica Conchon.

A doença

ms7230806.jpgAs células com leucemia não realizam as funções normais do sangue, como combate a infecção, carregamento de oxigênio para os tecidos e têm dificuldade para coagulação. Por essa razão, os pacientes com leucemia freqüentemente desenvolvem infecções, anemia e sangramentos.

Os sinais e sintomas de leucemia aguda podem simular qualquer outra doença, como as infecções virais ou bacterianas, doenças reumatológicas e outros tumores. Por essa razão, é importante que o médico realize um exame clínico minucioso e interprete os exames com maior critério, podendo esses trazer um diagnóstico seguro da doença.

Seus principais sinais e sintomas:

* Febre.

* Fraqueza e fadiga.

* Infecções freqüentes.

* Perda de peso e apetite.

* Facilidade de sangramentos.

* Manchas roxas na pele.

* Suor noturno.

* Dor nos ossos e juntas.

* Dor abdominal.

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