Lentes de contato: Acostumar-se e cuidar para ver melhor

Estima-se que 56% da população brasileira precisa de algum tipo de correção visual. Desse total, 16% usam lentes de contato e, dos 84% restantes, 58% desejam usar lentes de contato. Elas têm sido de grande importância e praticidade, pois, além de corrigir vícios refrativos (miopia, hipermetropia e astigmatismo), melhoram a qualidade de vida dos usuários. Mas isso, desde que bem indicadas, bem adaptadas, e com orientação e acompanhamento do profissional capacitado para fazê-lo: o médico oftalmologista.

A oftalmologista Saly Moreira comenta que existem hoje no mercado diversos tipos de lentes de contato, cada uma com suas indicações, vantagens e desvantagens. ?Somente um especialista saberá indicar a lente que melhor se aplica a cada caso?, frisa. Existem riscos sérios no uso de lentes sem supervisão e acompanhamento especializado. A médica explica que a lente de contato altera a fisiologia da córnea, podendo tanto curar como provocar doenças, entre elas a blefarite, uma inflamação na borda externa da pálpebra ? como se uma espécie de caspa tivesse se formado nos cílios, provocando irritação.

A oftalmologista adverte que o cuidado com as lentes de contato é fundamental. Pessoas que fazem uso de lentes de contato e não são disciplinadas na limpeza e esterilização do material, correm o risco de contrair infecções muitas vezes difíceis de tratar. De acordo com o oftalmologista Renato Neves, elas seguem uma crescente evolução, principalmente com o uso de materiais descartáveis; com isso o índice de complicações diminuiu bastante.

Adaptação

?Essas complicações eram decorrentes do uso incorreto e da falta de informação do paciente que usa lentes de contato?, ressalta o oftalmologista. Mesmo uma lente bem adaptada pode, a qualquer momento, passar a provocar problemas por diminuição da oxigenação da córnea, por reações alérgicas e tantas outras complicações, que vão desde ?simples? conjuntivites até úlceras de córnea que podem levar à perda da visão.

Saly Moreira esclarece que a prescrição para uso de lentes de contato é mais comum em casos de erros de miopia, astigmatismo e hipermetropia, mas elas podem ser indicadas para o tratamento de algumas doenças oculares e, também, prescritas para alguns pacientes após a cirurgia de catarata, para substituir a lente natural dos olhos ou para corrigir a presbiopia (vista cansada).

De acordo com a médica, nem todas as pessoas podem usar lentes de contato. A adaptação pode ser contra-indicada em algumas doenças oculares, como infecções, insuficiência de produção de lágrima, alergias ou hipersensibilidade. Para saber se uma pessoa pode ou não usar lentes, são realizados testes prévios que avaliam a adaptação. As lentes de contato, em vários casos, melhoram a estética, permitem a prática de esportes e até possibilitam que o usuário exerça algumas atividades no trabalho que seriam mais difíceis com o uso de óculos.

Para garantir a limpeza das lentes e a saúde dos olhos

*  Limpeza diária ? É essencial para eliminar gorduras e resíduos que grudam na superfície das lentes.

*  Desinfecção diária ? O propósito da desinfecção é manter as lentes livres de microorganismos e agentes infecciosos. Há dois modos de desinfectar as lentes de contato: sistema de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) e sistema químico.

*  Remoção semanal de gordura ? É fundamental, uma vez por semana, que toda gordura seja eliminada. Se o usuário de lentes não promover a remoção, provavelmente seus olhos começarão a ficar vermelhos e irritados.

*  Substituição ? Pesquisadores dizem que, com o tempo, os microorganismos criam uma camada de biofilme muito difícil de ser removida. Daí a importância de se trocar as lentes periodicamente.

Fonte: Eye Care

Tipos de lentes

Gelatinosas – Corrigem miopia, hipermetropia e presbiopia. Podem ser coloridas, permitindo mudar a cor natural dos olhos.

Tóricas – São lentes produzidas com um material gelatinoso, que corrigem a miopia ou a hipermetropia, associadas ao astigmatismo.

Rígidas – São lentes duras que corrigem a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo. São também indicadas para córneas que apresentam irregularidade em sua superfície, como ceratocone e lesões cicatriciais.

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