Jovens buscam auto-estima nas drogas

Uma pesquisa norte-americana feita em 2004, verificou que 3.4 % dos alunos do “high school” (ensino médio) usaram anfetamina pelo menos uma vez no último ano, enquanto que 3% dos alunos do décimo grau a provaram. Muitos alunos viciados em anfetaminas disseram que eles começaram a usá-la por causa de uma baixa auto-estima e imagem corporal negativa e que ao usá-las sentiam-se poderosos como se pudessem atravessar paredes, ou atraentes, com controle, animados. Só para lembrar, anfetamina é um estimulante do Sistema Nervoso Central muito usado como controlador do apetite, com alto índice de criar dependência química, cuja venda é proibida no Brasil sem receita controlada, mas vendida livremente em algumas farmácias que burlam a fiscalização e facilitam, assim, o vício.

Pais e mães e a mídia costumam colocar ênfase exagerada nos resultados, ou seja, jovens que conseguem melhores notas, têm aspecto físico melhor, são bons atletas, podem ser menos envergonhados ou estressados porque não falham. Mas eles não são necessariamente quem eles pensam que são ou quem as pessoas pensam que eles são internamente, em suas mentes. Se eles constroem sua auto-estima e senso de valor pessoal nos resultados exteriores e não no desenvolvimento do caráter, é uma farsa esta auto-estima.

Um estudo conduzido pela Universidade de Michigan em 2002, nos Estados Unidos, encontrou que estudantes do segundo grau que baseavam seu senso de autovalor em fontes externas, tais como aparência física, aprovação de outros e resultados acadêmicos, foram os que apresentaram maior estresse, raiva, problemas acadêmicos, conflitos de relacionamento, mais altos níveis de uso de álcool e drogas e sintomas de desordens alimentares (anorexia nervosa, bulimia). Entretanto, os estudantes que basearam sua noção de autovalor em fontes internas tais como ser uma pessoa virtuosa ou aderindo a padrões morais de conduta, foram os que receberam as maiores notas e tiveram menos probabilidade de uso de álcool, drogas e de desenvolver desordens alimentares.

Os programas de prevenção que desafiam os jovens a trabalharem cooperativamente em comunidade, em atividades não-competitivas ao ar livre, e engajar-se em serviço para outras pessoas acabam mostrando a verdade de que nós nos tornamos aquilo que fazemos. Nossos pensamentos e ações para com os outros modulam e modelam nossa vida. A prevenção do alcoolismo e outras dependências químicas requer muito mais do que dizer “não”. É preciso tentar entender o porquê jovens ainda sofrem baixo senso de valor pessoal e pobre auto-imagem corporal.

Anfetaminas podem deformar o corpo, estragar os dentes, causar danos no cérebro, derrames, perda de memória, lesão no coração, etc. Pode induzir paranóia e causar isolamento social ao invés de amizades e aceitação que a juventude normalmente procura. Anfetamina pode fazer a pessoa raivosa e violenta. E pode matar. Assim como outras drogas. Adquire-se autovalor pessoal pelo desenvolvimento de um caráter nobre. E paz interior também.