Jovens brasileiros tomam remédios pra emagrecer

Outro estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou um dado preocupante em relação os perigos relacionados à autoimagem a que se expõe os adolescentes. O levantamento feito com estudantes de 13 a 15 anos revela que 63% deles faz alguma coisa para perder, ganhar ou manter o peso – dentre eles, a maior preocupação é com a perda de peso (27,5%).

Os estudantes admitiram também que 6,9% deles vomitaram e/ou ingeriram medicamentos ou fórmulas para emagrecer. Ainda no que tange a imagem corporal, constatou-se que 22,1% desses jovens considera-se magro ou muito magro e outros 17,7%, gordos ou muito gordos.

De acordo com especialistas da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), essa busca por mudanças físicas podem ter relação com padrões estéticos vigentes e também episódios de discriminação protagonizados por outros jovens e até adultos, muita vezes, no ambiente escolar. Atualmente, 20% dos jovens de 10 a 19 anos apresentam sobrepeso.

Segundo a endocrinologista Dra. Maria Edna de Melo, atualmente não existe estudo que quantifique os transtornos que o estudante obeso enfrenta na escola. “A aceitação pelos grupos varia. Vemos casos de crianças com bom relacionamento até alguns casos de isolamento”, diz Maria Edna. O psiquiatra Dr. Adriano Segal ainda ressalta que o preconceito contra pessoas obesas é um dos mais recorrentes. “A discriminação pode gerar uma grande variedade de desenlaces possíveis, com graus variados de gravidade. O preconceito atua como fator intenso de estresse, entretanto a resposta particular é imprevisível”, afirma.

Hábito

Segundo os médicos, é preciso evitar atitudes super protetoras ou excessivamente críticas com a criança e jovem com dificuldades de controle de peso. “Uma postura firme, coerente e acolhedora é o ideal”, pondera Dr. Segal. Eles ainda ressaltam que a mudança por hábitos saudáveis deve se estender à família. Atividades que envolvam movimentos, espaços abertos, alimentação saudável devem ser priorizadas em detrimento de atividades indoor. “Os pais devem compartilhar os hábitos saudáveis: ‘faça o que eu digo comigo’, deve ser o discurso (ao contrário do ‘faça o que eu digo, não o que eu faço’)”, completa Dra. Maria Edna. (ES)

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