Informação ajuda combater doenças reumáticas

Uma das principais dificuldades para se tratar as doenças reumáticas é o espaço de tempo entre o surgimento da doença e o seu diagnóstico efetivo.

Isso porque, até o paciente chegar ao consultório de um reumatologista, o especialista indicado para tratar destes distúrbios, ele já perambulou por consultórios de outros médicos, entre ortopedistas, traumatologistas e clínicos gerais.

Assim como uma dor na coluna pode ser um simples “mau jeito”, também pode ser sintoma de espondiloartropatias, artrite psoriásica, doenças crônicas de origem desconhecida e altamente incapacitantes.

As dores nas juntas dos punhos, por exemplo, pode ser sintoma de uma simples tendinite, de um problema de coluna ou até de artrite reumatóide, doença crônica que acomete as articulações e que pode causar deformidades físicas e incapacidade funcional até para atividades rotineiras (como abotoar uma camisa ou girar a maçaneta da porta) e é responsável por 22% de todas as mortes relacionadas a artrites e demais problemas reumáticos.

Diagnóstico precoce

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), Fernando Neubarth, a falta de informação é o principal obstáculo para se reverter essa situação.

As pessoas precisam saber que, se aquela dorzinha na articulação persistir por mais de três semanas é o sinal de que um especialista precisa ser consultado. A SBR pretende, também, fazer com que os médicos de outras especialidades recebam informações atualizadas dos novos consensos sobre as doenças reumáticas e seus tratamentos, além de se inteirar sobre a nova gama de medicamentos que combatem eficazmente a doença.

Para o reumatologista Acyr Rachid Filho, o diagnóstico precoce é de suma importância para o controle da maioria das doenças reumáticas, pois consegue evitar complicações que podem incapacitar os pacientes de forma definitiva.

“O exame clínico, realizado em consultório, é eficaz para a identificação das doenças na maioria dos casos”, assegura. Não existe um exame único para determinar o diagnóstico da maioria das doenças reumáticas.

A investigação tem por base a história do paciente, os exames clínicos e complementares, como os exames de laboratório e o raio X. “O diagnóstico precoce pode ser a diferença entre um estilo de vida normal e uma vida com limitações e incapacidade funcional”, afirma o presidente Fernando Neubarth.

Mitos & verdades

>> Reumatismo não é doença de velho. Boa parte das doenças reumáticas atinge pessoas de todas as idades, incluindo jovens e crianças – como a artrite reumatóide juvenil, doença reumática que tem inicio antes dos 16 anos de idade e que apresenta com os principais sintomas rigidez matinal, dificuldade de andar e de acompanhar as brincadeiras típicas da idade.

>> Reumatismo não é sazonal.  Embora o frio, em alguns casos, possa aumentar os sintomas, as doenças reumáticas não pioram ou surgem nos dias mais frios. Ocorrem em qualquer época do ano, em pessoas de todas as idades, em ambos os sexos – apesar de a maioria atingir mais mulheres do que homens.

>> Reumatismo tem tratamento. Apesar de ser uma doença crônica (assim como o diabetes e a hipertensão), muitas vezes sem cura definitiva, o reumatismo tem tratamento, que pode melhorar e restabelecer a qualidade de vida do paciente.

Campanha educativa

A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) promove campanha educativa sobre a importância do diagnóstico precoce das “doenças reumáticas” – um grupo de mais de 100 enfermidades, algumas levando à incapacidade física.

A campanha Reumatismo é coisa séria tem por objetivo esclarecer mitos sobre os diversos tipos de “reumatismos” e incentivar o seu diagnóstico precoce. A maioria das mais de 100 doenças reumáticas pode ter um início comum, uma simples dor nas juntas, mas evolução distinta.

Como os pacien,tes podem não valorizar os sintomas, leva-se um bom tempo para que o diagnóstico correto seja feito. Muitas das doenças reumáticas podem ser confundidas entre si e também com outras doenças que afetam estruturas musculoesqueléticas.

Principais doenças reumáticas

>>    Reumatismo de partes moles (bursites, tendinites) o mais freqüente junto com a artrose

>>    Artrite reumatóide

>>    Artrites por cristais (gota)

>>    Artrites infecciosas

>>    Artrites reativas, espondilite anquilosante, artrite psoriásica

>>    Artrites crônicas da infância

>>    Febre reumática

>>    Osteoporose