Idosos: Viver mais (e melhor)

idosos080807.jpgNada de ficar fechado em casa, esperando a vida passar pela janela. Viver mais. Esta é o novo paradigma para os vovôs e vovós, já que a expectativa de vida praticamente dobrou no último século. Somada à queda na taxa de fecundidade, o resultado é, em geral, o envelhecimento da população mundial que, segundo dados da ONU, aumentará duas vezes até 2050. No Brasil, o número de idosos passará de pouco mais de 16 milhões em 2005 para 64 milhões em 2050. No entanto, só isto não basta para os nossos ?velhinhos?. Desde que sua longevidade aumentou, eles buscam também envelhecer melhor.

De acordo com o endocrinologista e nutrologista Wilmar Jorge Accursio, presidente da Sociedade Brasileira Antienvelhecimento, isso é plenamente possível, já que, hoje em dia, a velhice pode e deve ser vivida com o corpo e a mente em perfeita saúde. ?A qualidade de vida na terceira idade é influenciada pelos hábitos de vida das pessoas, já que o envelhecimento se dá ao longo de toda essa trajetória?, explica. Além deles, os fatores genéticos e hereditários, e os aspectos comportamentais do meio em que se vive, mostram o tipo de vida que o adulto terá na velhice.

Exames de rotina

Com o passar do tempo, ocorrem várias transformações que devem ser aceitas com naturalidade, mas que implicam na adaptação das pessoas às novas situações. Para o geriatra Gilmar Calixto, as principais recomendações para que a idade não interfira na qualidade de vida são manter o peso sob controle e o colesterol em níveis aceitáveis. ?Além disso, consultar um médico periodicamente e realizar exames de rotina fazem parte das recomendações?, reconhece.

Wilmar Accursio comenta que o tabagismo e o consumo exagerado de álcool devem ser evitados. ?O fumo provoca vasoconstrição, formação de placas de gordura, aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial?, alerta, salientando que, no entanto, os danos causados ao sistema cardiovascular são reversíveis. O médico lembra que quem abandona o cigarro entre 35 e 39 anos aumenta a expectativa de vida em cinco anos, segundo estudo da American Heart Association. Porém, o endocrinologista adverte que o mesmo não ocorre com o sistema respiratório, que continua prejudicado pelo vício. Quanto à bebida alcoólica, se tomada em excesso, causa lesões ao fígado e ao cérebro.

Uma alimentação equilibrada também influencia na manutenção da saúde, promovendo energia, vitalidade e diminuindo os riscos de aterosclerose, doenças cardiovasculares e câncer. Gilmar Calixto sugere uma dieta rica em frutas, vegetais e cereais. ?Alimentos gordurosos pedem moderação, assim como não se deve abusar de doces nem do sal?, recomenda.

Atividade física

Para o geriatra Luiz Bodachne, praticar atividades físicas é meio caminho andado para alcançar o bem-estar. ?O exercício proporciona qualidade de vida e autonomia?, atesta. Assim, uma vida sedentária pode ser o pior inimigo da terceira idade. O médico alerta, no entanto, para as atividades realizadas de maneira indiscriminada e sem orientação, que, ao contrário, podem causar danos à saúde.

O especialista observa que não se pode estocar a atividade física, isso é, ao abandonar os exercícios, todo o tempo despendido com eles anteriormente perde a sua finalidade, não apresentando efeito cumulativo. ?Exercício é como um investimento: quanto mais, melhor; deixou de investir, o capital vai gradativamente perdendo o valor?, compara.

É certo que o processo de envelhecimento é inevitável e que a ele surgem associadas algumas patologias. Os movimentos tornam-se mais lentos, os reflexos menos rápidos, o andar menos seguro. A mobilidade e a flexibilidade vão sendo afetadas com o passar dos anos, uma fragilidade que permite o avançar de doenças como a osteoporose e as relacionadas com o coração.

Contudo, mesmo que envelhecer seja uma fatalidade, nada impede a busca pela qualidade de vida na terceira idade. Qualidade de vida, não no sentido econômico, mas de saúde e bem-estar. E um dos passaportes para viver melhor a fase mais avançada da vida é a adoção de um estilo de vida saudável.

Alimentação: princípios básicos

Equilíbrio

A alimentação deve contemplar diversos componentes, como carboidratos, proteínas, lipídios e vitaminas.

Quantidade

Diminuir a quantidade em cada refeição, podendo aumentar o número delas.

Variação

Para estimular o apetite, deve-se variar as opções de alimentos oferecidos.

Digestão

Escolher alimentos de fácil digestão, com consistência mais branda, pastosa ou semilíquida.

Moderação

O idoso deve ingerir moderadamente substâncias que estimulam o sistema nervoso.

Líquidos

Ingerir água nas quantidades ideais (em média, um litro e meio de água ao dia).

Fibras

Para melhora do sistema digestivo, é importante a ingestão de alimentos ricos em fibras.

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