Higiene e Limpeza inibem a ploriferação da aranha marrom

Os cuidados para evitar acidentes com aranha marrom (Loxoceles) devem ser maiores em dias com temperaturas mais elevadas. Em dias quentes, as aranhas costumam caçar e podem entrar em roupas e calçados. "Para evitar o aparecimento destes animais e evitar acidentes, a melhor forma de prevenção é a limpeza freqüente em locais onde a aranha costuma se esconder. A limpeza constante evita que a aranha crie um esconderijo", disse a diretora do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, Karin Luhm.

A média de acidentes por loxosceles em Curitiba vem diminuindo nos últimos anos e desde 1995 não ocorrem mortes por picada de aranha marrom na cidade. Em 2005, foram registrados 2.335 acidentes e, dados preliminares de 2006 mostram a ocorrência de 2.177 casos. A diminuição está associada à distribuição de folhetos informativos sobre o assunto e, consequentemente, maior atenção por parte da população.

O atendimento para acidentes com aranha marrom é feito nas 113 unidades municipais de saúde e no Centro de Controle de Envenenamentos do Hospital de Clínicas. Somente nas Unidades de Saúde 24 Horas é feito o tratamento soroterápico. Cerca de 400 profissionais – médicos e enfermeiros – estão capacitados para este tipo de atendimento. A atuação das equipes está definida pelo protocolo técnico, que orienta o diagnóstico, a conduta adequada de acordo com a gravidade do caso e as medidas de prevenção.

Identificação

A aranha marrom tem hábitos noturnos. Aloja-se geralmente em locais quentes e secos: atrás de quadros, móveis, cortinas e rodapés; nas frestas em geral; sótãos e porões; em roupas penduradas, roupas de cama e banho e em locais pouco freqüentados ou empoeirados.

Para capturar presas e depositar seus ovos, constrói teias irregulares, com aspecto de algodão esfiapado. Não é agressiva, picando somente quando se sente ameaçada – ao ser pressionada contra o corpo da vítima, por exemplo.

A picada é praticamente imperceptível e raramente forma lesão imediata, o que dificulta a identificação das circunstâncias do acidente. Os sintomas evoluem lentamente e nas primeiras horas lembram picada de inseto.

O quadro pode evoluir para duas formas clínicas. A cutânea, que representa 99% dos casos em Curitiba, é caracterizada por dor, queimação, edema endurado e eritema no local da picada, sintomas pouco valorizados pelo paciente. Os sintomas se acentuam entre 24 e 72 horas após o acidente.

Já na forma cutânea-visceral, a vítima apresenta palidez, icterícia e urina escura, sintomas que aparecem nas primeiras 36 horas após a picada. A evolução cutânea-visceral não tem sido registrada em Curitiba nos últimos anos.

Os casos graves devem ser encaminhados ao Centro de Controle de Envenenamentos e, alguns, podem evoluir para insuficiência renal aguda – principal causa de morte -, que surge de dois a cinco dias depois do acidente.

Cuidados

A vítima de aranha marrom deve aumentar a ingestão de líquido, manter a lesão limpa, evitar exposição ao sol e banhos quentes. O paciente não deve manusear a lesão nem colocar produtos caseiros.

O comportamento da loxosceles foi estudado pelo biólogo Marcelo Vettorello, do Centro de Epidemiologia, durante sua especialização na Universidade Federal do Paraná. Segundo ele, mesmo em dias quentes no inverno é comum o aparecimento da aranha. "Basta a temperatura se elevar para que elas saiam para caçar alimentos. É claro que no verão é mais fácil encontrá-las, mas em dias quentes, em outros meses do ano, isto também pode acontecer", explica.

Ele lembra que para evitar os acidentes com o aracnídeo, a população deve observar roupas e calçados antes de vesti-los, vistoriar roupas de cama e banho, fazer limpeza periódica atrás de quadros e objetos pendurados, manter os ambientes ventilados, eliminar teias, evitar o acúmulo de materiais de construção e vedar frestas ou buracos nas paredes.

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