Hepatite C, a doença silenciosa

“Doença silenciosa” ou “Mal do novo milênio”, essas são algumas das referências dadas para a hepatite C, doença que atinge cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo, o que representa cinco vezes mais do que o número de portadores do HIV.

Apesar do maior índice de contaminação ocorrer entre os usuários de drogas injetáveis, cerca de 60% dos casos segundo a Organização Mundial de Saúde, as outras formas de contágio, consideradas “menos importantes”, devem despertar a atenção das mulheres. Um corte nos dedos ao retirar a cutícula, a perfuração de um piercing, aparelhos utilizados para retirar pelos (eletrólise) ou até mesmo uma sessão de acupuntura podem oferecer riscos de contaminação. Isso porque os objetos cortantes não esterelizados podem carregar os vírus por até três dias.

Levando em consideração o pouco tempo de descoberta do vírus, hipóteses acerca de suas formas de contágio surgem a todo instante, o que demonstra que é preciso estar bem informado. Um estudo, por exemplo, intitulado “Mother-to-child transmission of hepatitis C vírus”, publicado na revista inglesa “The Lancet”, afirma que, percentualmente, o parto normal oferece um risco 3,8 vezes maior do que a cesárea.

Outras pesquisas sugerem ainda que dentre as pessoas que têm tatuagem o índice de contaminação é nove vezes maior. “Estudos como esses necessitam ainda de um consenso em torno de seus resultados. Esse é o caso também das pesquisas referentes à transmissão do vírus pela via sexual. Muitas delas são completamente divergentes”, explica o infectologista, Dr. Mário Pessoa.

Brasil – De acordo com a Sociedade Brasileira de Hepatologia, 2,5 milhões de brasileiros estão contaminados pelo vírus da hepatite C. A desinformação faz com que mais de 90% dos infectados não saibam que estão contaminados. Aí é que está o perigo: a hepatite pode desencadear em 17% dos casos, doenças como câncer de fígado ou cirrose.

Explosão da doença – Os problemas de saúde ligados à hepatite C podem levar até 20 anos para se manifestar. Portanto, estima-se que ocorra uma explosão da doença entre 2011 e 2019, já que o maior número de transmissões deve ter ocorrido entre as décadas de 80 e o início dos anos 90, quando não era obrigatório o teste para identificar a doença nas doações de sangue.

Tratamento ? Um estudo que acaba de ser publicado pelo New England Journal of Medicine, conceituada revista médica internacional, mostrou que a utilização do medicamento Pegasys (cuja substância ativa é o peginterferon alfa-2a (40kD), em associação com o antiviral ribavirina), oferece benefícios clínicos e laboratoriais muito superiores ao tratamento convencional, para portadores de hepatite C crônica.

Dois renomados pesquisadores brasileiros, o Dr. Hoel Sette Jr., representando o Hospital Emílio Ribas e Dr. Fernando Gonçales, do Hospital de Clínicas da Unicamp, participaram desta pesquisa, colocando o Brasil em posição de destaque na investigação clínica internacional. “Com certeza os portadores do vírus ganham uma nova esperança, principalmente aqueles em que a doença é diagnosticada precocemente, já que a eficácia do tratamento combinado entre o Pegasys (Peginterferon alfa 2a 40KD) e a ribavirina está agora mais do que comprovada”, afirma o Dr. Sette Jr.

Sobre a hepatite C

– A Hepatite C é uma infecção viral potencialmente fatal que leva à inflamação do fígado, doença hepática grave, cirrose e câncer de fígado. Também é a principal causa de transplante hepático.

– Identificado em 1989, o vírus da Hepatite C costuma ser transmitido através do contato com sangue contaminado. Estima-se que 200 milhões de pessoas no mundo (dois milhões no Brasil) estejam infectadas.

– A doença é cinco vezes mais comum que a Aids, por exemplo.

– 97% dos infectados não sabem que têm o vírus no sangue, e os principais sintomas da doença aparecem, em média, 13 anos após o contágio.

Sobre o Pegasys (Peginterferon alfa 2a 40KD)

O Pegasys (Peginterferon alfa 2a 40KD), produzido pelo laboratório Roche e já aprovado em 48 países, representa uma nova geração de drogas para o tratamento da hepatite C e possui uma biotecnologia diferenciada e inovadora. Essa nova tecnologia permite uma única administração semanal do novo remédio e é responsável pelos surpreendentes resultados publicados.

O Ministério da Saúde acaba de incluir Pegasys (Peginterferon alfa 2a 40KD) o na lista de medicamentos que devem ser distribuídos gratuitamente nos hospitais da rede pública.

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