Uma modalidade de alisamento de cabelos que está ?fazendo a cabeça? das mulheres nos salões de beleza é um risco para a saúde, tanto para quem aplica quanto para quem manipula os produtos. O formol, utilizado na escova progressiva, abaixa o volume do cabelo e tem um efeito de até três meses. No entanto, pode trazer conseqüências como dermatites, queda de cabelo e náuseas. Já quando fracionado, o produto pode ser cancerígeno.
De acordo com a professora de Dermatologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fabiane Mulinari Brenner, a utilização do formol não é liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por ser um produto altamente tóxico. Na Medicina, o uso é restrito, e na maioria das vezes utilizado para conservar peças, como por exemplo, as extraídas para biópsia. ?O principal problema é a fração formaldeído, que tem algumas sugestões com câncer, principalmente se aspirado?, comentou. Além de ser manipulado com outros produtos para o alisamento, o formol também é empregado para o ?fortalecimento? das unhas, misturado com o esmalte.
A instrutora de formação profissional do curso de cabeleireiro e dos cursos de aperfeiçoamento de químicas relacionada ao cabelo do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Rosa Anna Cito Deliberador, afirma que esse tipo de alisamento chegou no Brasil há cerca de um ano. Apesar de ser polêmico, ganhou mercado pelos resultados rápidos. Mesmo com a indicação de usar apenas uma pequena porcentagem, o formol acaba sendo utilizado em grande escala para potencializar os efeitos. ?As pessoas não querem acreditar, e buscam um resultado na hora. Já os salões, como não querem perder clientes, acabam utilizando o produto?, comentou. Rosa acrescentou que os profissionais formados pelo Senac são orientados sobre o problema e ficam livres para decidir se usam ou não o formol.