Falta de exames coloca a próstata em perigo

Por puro preconceito, muitos homens não se submetem aos exames físicos periódicos para detecção do câncer de próstata.

Segundo recomendação dos especialistas, isto deve ser feito anualmente a partir dos cinqüenta anos de idade e consiste na verificação da dosagem do antígeno prostático específico (PSA) e do “temido” toque retal.

Esta despreocupação faz com que outra doença, a hiperplasia prostática benigna (HPB) – um aumento não canceroso do volume da próstata, considerada uma das causas mais comuns de obstrução ao fluxo urinário – não seja diagnosticada.

Sentir dores na hora de urinar ou freqüentar diversas vezes o banheiro por dia são sintomas que afligem muitos homens a partir dos 40 anos e podem estar associados à doença.

“Como todo tipo doença, a detecção precoce é a melhor alternativa para tentar minimizar os sintomas dessas doenças”, esclarece o urologista Luiz Carlos Miranda. Ele orienta que ao perceber algum tipo de sinal, o homem deve procurar um especialista para que o problema seja investigado.

Segundo Miranda, não existe nenhuma correlação entre o HPB e o câncer de próstata, mas os sintomas das duas enfermidades, muitas vezes, podem estar associados.

Alta incidência

Tratar o HPB é muito importante para a melhoria da qualidade de vida do homem. “O paciente com esse distúrbio, chega a levantar três vezes, ou mais, durante toda a noite, para urinar. Isso causa sonolência durante o dia todo, o que pode interferir na performance ao dirigir no trânsito, impactar na produtividade profissional, entre outras complicações”, afirma o urologista Ronaldo Maia.

Nos casos mais leves, a doença pode ser tratada com medicamentos, desde que diagnosticado precocemente. As complicações mais graves decorrentes da doença são as infecções na bexiga que podem levar às crises urinárias agudas, podendo, também, levar a algum tipo de disfunção renal.

A prevalência do HPB em todo o mundo é alta: com mais de 50 anos de idade, cerca de 50% dos homens sofrem da doença. A incidência chega a 90% nos homens acima de 80 anos.

Para evitar a progressão de qualquer doença, é importante que a pessoa procure o médico tão logo apareçam os primeiros sintomas. Este é o principal conselho, válido para qualquer doença. Nos casos de doenças da próstata, é importante procurar imediatamente o médico quando aparecerem os sintomas.

Tratamentos

A única opção para os casos mais extremos da doença é a cirurgia. O procedimento cirúrgico é indicado para desobstruir o canal da uretra. Mas, segundo Luiz Carlos Miranda, esta opção deve ser bem avaliada, já que existe o risco de deixar seqüelas, como a incontinência urinária e até a impotência.

Além disso, de acordo com um estudo mundial, existe uma relação estreita de alguns sintomas do HPB com as disfunções eréteis. Por isso, em muitos casos, os médicos adiam o tratamento cirúrgico, optando pelo medicamentoso. Este pode ser iniciado em qualquer etapa da doença, no entanto, quanto mais severo encontra-se a doença, menos resultados são obtidos.

Os pesquisadores também concluíram que os homens idosos têm uma vida sexual ativa, porém, sentem-se incomodados tanto pelas disfunções quanto pelo volume de esperma ejaculado.

Para os médicos, a disfunção erétil não configura uma incapacidade, basta, apenas um tratamento terapêutico que respeite os níveis de sexualidade do paciente e preserve a sua qualidade de vida.

A próstata

A próstata é uma glândula que faz parte unicamente do sistema reprodutor do homem e está localizada imediatamente abaixo da bexiga. É atravessada internamente pela uretra, canal que conduz a urina acumulada na bexiga para o exterior do organismo.

No homem adulto, a próstata tem o tamanho aproximado de uma castanha, pesando cerca de 20 gramas. Após os 40 anos, e,m alguns casos, pode chegar a ter o tamanho aumentado em algumas vezes. A função da próstata é produzir um líquido viscoso, esbranquiçado que favorece a fertilidade e a manutenção dos espermatozóides após a ejaculação.

Sintomas ligados à micção

* Jato urinário cada vez mais fraco
* Dificuldade ou demora em iniciar a micção
* Necessidade freqüente de urinar
* Acordar várias vezes à noite para urinar
* Intermitência do jato urinário de forma involuntária
* Dor e sensação de queimação no ato de urinar
* Urgência de urinar
* Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga