Estudo previne o câncer do intestino grosso

A incidência de câncer no intestino grosso e no reto está entre 8% e 10%, tanto em mulheres, quanto em homens. A informação é do professor da Faculdade de Medicina e especialista em colo-proctologia, Marcelo Salomão Bechara. Ele coordena o projeto de iniciação científica “Estudo epidemiológico do câncer de color retal”, que visa a prevenção deste tipo de câncer.

O projeto existe desde a década de 70. De acordo com o professor Marcelo Bechara, que também é presidente da Sociedade Mineira de Proctologia, os principais sintomas são sangramentos, catarro nas fezes e alterações no hábito do intestino. “Os principais fatores que levam a esse tipo de câncer são o fumo, uma alimentação rica em gorduras e pobre em fibras, a ingestão de alimentos com corantes artificiais, as doenças do intestino e as alterações genéticas, como os casos de doenças na família. A genética, aliás, é responsável por mais de 50% dos casos”, afirma Marcelo.

Na opinião do professor, o estudo é importante, pois esclarece sobre as formas de se evitar o câncer do intestino grosso. A colonoscopia, ou seja, a endoscopia realizada pelo ânus, é o principal método para diagnóstico de pequenas lesões intestinais. “É um exame caro, mas que hoje é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pelo Hospital de Pronto Socorro (HPS), pela Santa Casa de Misericórdia e também pelo Hospital Universitário (HU). Este último recebe a maior demanda”, destaca.

O tumor quase sempre se inicia através de lesões benignas, chamadas de pólipos, que se desenvolvem na mucosa do intestino grosso. Quando um pólipo é retirado do intestino durante um exame de colonoscopia, se impede que ele se transforme em câncer. “O diagnóstico precoce possibilita um maior índice de cura, chegando a 98% nos casos iniciais. Além disso, quanto mais cedo, menos agressivo é o tratamento”, explica o professor.

Qualquer pessoa pode ter pólipos ao longo da vida, mas, segundo Marcelo, a doença se manifesta a partir dos 40 anos. “Acredito que a divulgação ou tudo que se faz nesse sentido seja importante. Quando todos tiverem acesso às informações, será possível diminuir o pudor e o preconceito, que são os maiores entraves à prevenção. Além disso, a aprovação do projeto é uma ótima oportunidade de treinamento profissional”, ressalta. O trabalho integra o XVIII Programa Institucional de Iniciação Científica BIC/UFJF.

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