Estudo associa ingestão de pizza com a diminuição do risco de câncer

O Instituto Farmacológico de Milão, na Itália, acaba de divulgar um estudo que associa a ingestão de pizza com a redução de risco de alguns tipos de câncer. O estudo foi divulgado pelo jornal La Reppublica e será publicado na revista International Journal of Cancer. A pesquisa foi feita com mais de 8 mil italianos e os hábitos alimentares de 3.315 vítimas de tumor no aparelho digestivo e na garganta foram comparados com os de quase 5 mil pessoas que sofriam de outras doenças. Os resultados mostraram que, quem come pizza uma ou várias vezes por semana tem 59% menos chance de adquirir câncer de esôfago do que quem não tem esse hábito. Além disso, o risco de se contrair tumor na boca e no cólon é 34% e 26% menor em quem consome pizza toda semana, respectivamente.

No Brasil, o prof. Franco Lajolo, titular do departamento de alimentos e nutrição experimental da FCF/USP e membro da comissão técnico científica de assessoramento em alimentos funcionais e novos alimentos da Anvisa, alerta para os cuidados que devem ser tomados. De acordo com suas informações a pesquisa faz sentido pois um dos principais ingredientes da pizza é o molho de tomate, rico em licopeno, e o azeite de oliva. “O licopeno é uma substância que está sendo estudada e os primeiros resultados demonstram um importante papel na prevenção do desenvolvimento de alguns cânceres, como o de mama e de próstata e sua ação na prevenção de doenças cardiovasculares devido a seu alto poder antioxidante já foi bem descrita”, diz o pesquisador.

Segundo o pesquisador, o azeite, por conta da sua composição (rico em ácidos graxos monoinsaturados), também é comprovadamente benéfico para a diminuição de problemas cardiovasculares e para melhora o perfil de gordura do sangue.

“Apesar de todos esses benefícios, a pizza também é rica em gordura por conta do queijo e dos recheios que são acrescentados. Por isso, é preciso estar atento, não levar a pesquisa à risca e usar e abusar dos alimentos realmente funcionais, capazes de produzir demonstrados efeitos metabólicos ou fisiológicos, úteis na manutenção da boa saúde física e mental”, alerta o pesquisador.

Confira alguns desses alimentos e suas principais propriedades:

Cereais integrais e farelo de trigo
As fibras garantem que esses alimentos melhorem os níveis de glicemia (açúcar no sangue) e diminua os níveis de colesterol.

Tomate
O licopeno, substância presente principalmente no tomate, vem sendo descoberto como tendo importante papel na prevenção do desenvolvimento de alguns cânceres, como o de mama. Sua ação na prevenção de doenças cardiovasculares devido a seu alto poder antioxidante já foi bem descrita. Outros alimentos que teriam esse poder: melancia, goiaba vermelha e pitanga.

Soja
Através da isoflavonas é possível se proteger contra a alta taxa de colesterol e a substância também tem efeito protetor contra o câncer.

Salmão
Velho conhecido dos esquimós da Groelândia, o salmão, o atum e outros peixes gordurosos vieram a ser descobertos como importantes aliados na prevenção de doenças cardio-vasculares. Os principais responsáveis: EPA e DHA, gorduras insaturadas de cadeia longa presentes em altas concentrações nessas fontes animais.

Chá verde, chá preto
Por meio da substância polifenóis é possível diminuir os riscos de doenças coronarianas e de câncer. Além disso, tem capacidade antiinflamatória.

Nesse contexto, o acréscimo de valor “funcional” aos alimentos é uma importante e possível realidade nos dias de hoje. Entre os exemplos mais conhecidos estão o Omega 3 (que poderia ser adicionado ao leite, pão integral, bolo de chocolate, iogurte, margarina, suco de laranja e biscoitos) e a dobradinha luteina e zeaxantina (que poderia ser acrescida em barras de cereais, cereais matinais, sorvetes e também em iogurtes e biscoitos).

Com isso, já é possível encontrar em nossas prateleiras bebidas lácteas que agem na regularização do intestino e margarinas capazes de ajudar no controle dos níveis de colesterol no sangue. No Japão já se pode contar até mesmo com um óleo de cozinha, recentemente lançado, capaz de favorecer um possível emagrecimento.

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