Especialistas atestam que gravidez múltipla deve ser evitada

?O aumento da taxa de gravidez com o mínimo de risco de se gerar gêmeos ou trigêmeos é a tendência mundial das técnicas de reprodução assistida? declarou o especialista espanhol Manuel Fernández, diretor do Instituto Valenciano de Infertilidad (de Sevilha, Espanha).

Ele participou do Serono Symposia Internacional, que reuniu experts em reprodução humana de vários países, na última semana, em Belo Horizonte. Promovido pelo Serono Symposia, o evento foi coordenado pelos médicos da Clínica Origen, de Belo Horizonte – Dr. Selmo Geber e Dr. Marcos Sampaio.

Segundo o Dr. Fernández a gravidez múltipla acarreta riscos para os bebês. ?O corpo da mulher está preparado para gestar um bebê. Com gêmeos existem riscos para o nascimento prematuro e malformações. Com trigêmeos isto aumenta ainda mais?, observou.

Nos países do norte da Europa existem normas que determinam a implantação de apenas um embrião nas fertilizações in vitro, para evitar a gravidez múltipla. Na Espanha podem ser implantados até três embriões. No Brasil este número pode chegar a quatro, o que aumenta muito a taxa de sucesso de gravidez, mas produz 25% de gestações gemelares.

O especialista Pierre Ray, da Universidade de Grenoble (França) informou durante o evento que a França já permite às pessoas que tem filhos com doenças genéticas, ter um outro filho por reprodução assistida para salvar a vida da criança doente. Em muitos países isto não é permitido.

A França também permite a técnica denominada ?sexagem? (escolha do sexo do bebê), possível graças ao exame PGD (diagnóstigo genético pré-implantacional), criado para diagnosticar doenças genéticas no embrião. ?Não existe consenso internacional sobre o assunto. Nos países anglo-saxões a sexagem é permitida, principalmente em situações em que o casal já tem dois filhos do mesmo sexo e quer um terceiro?, relatou.

No Brasil a sexagem é proibida Conselho Federal de Medicina e pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida. ?O grande debate ético é o de que os casais também queiram escolher a cor dos olhos e cabelos?, complementou o especialista brasileiro Selmo Geber. Para o Dr. Geber as pesquisas caminham no sentido de dar soluções para as mulheres que queiram retardar a maternidade ou que necessitem de tratamento de quimioterapia e radioterapia, que causam a infertilidade.

?O congelamento de óvulos e de tecido ovariano poderá proporcionar a gravidez futura. A técnica ainda é experimental, mas sabe-se de alguns casos clínicos na Bélgica e em Israel?, informou o médico brasileiro.

Segundo o Dr. Selmo Geber, ao contrário do espermatozóide, que continua viável mesmo após um longo congelamento, o óvulo congelado raramente mantém a capacidade de produzir um embrião.

Já o congelamento do tecido ovariano é mais promissor por ser o ovário rico em estruturas chamadas folículos, que têm potencial para se tornarem óvulos. O procedimento é feito com a retirada de fragmentos do ovário, por meio da videolaparoscopia (cirurgia endoscópica), que posteriormente são congelados.

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