Uma parceria firmada entre a Secretaria da Saúde da capital, por meio do programa Mãe Curitibana, e o Hospital de Clínicas (HC) resultou na implantação do Serviço de Ecocardiografia Fetal, inaugurado sábado pela manhã. O equipamento – que teve um custo de R$ 150 mil – vai permitir um diagnóstico precoce de cardiopatias congênitas (doenças cardiológicas) no bebê ainda no útero da mãe, contribuindo para a diminuição da mortalidade infantil. Esse tipo de malformação é responsável por cerca de 10% dos óbitos nessa faixa etária.
“Com um diagnóstico precoce, o bebê poderá nascer em um local adequado e receber tratamento o mais rápido possível”, conta o chefe do setor de cardiologia pediátrica do HC, Nelson Miyague. “Todos os índices de mortalidade infantil têm decrescido. Em contrapartida, os de formações congênitas estão crescendo”, conta. A explicação para esse fenômeno vem com a evolução dos medicamentos e vacinas. Algumas doenças são tratadas desse jeito, com boas respostas. Depois, sobram apenas as enfermidades mais complexas, como a má-formação do coração, que exigem mais tecnologia para serem tratadas.
Durante a entrega do equipamento, o secretário municipal da Saúde, Michele Caputo Neto, ressaltou que a Prefeitura vai continuar reduzindo os índices de mortalidade infantil, até chegar naqueles encontrados nos países desenvolvidos. O professor Giovanni Loddo, diretor do HC, afirmou que o hospital às vezes deixa de exercer completamente o seu objetivo, de formador de recursos humanos e centro de exemplos para a comunidade, porque é prejudicado pela falta de aparelhos, instrumentos e até profissionais. Com a chegada da unidade, poderá se pensar mais nas crianças e na possibilidade de elas terem as suas vidas salvas.
Segundo Miyague, a implantação da unidade vai permitir que 150 exames por mês sejam realizados, o equivalente a 10% dos nascimentos em Curitiba. As mães serão encaminhadas ao HC por outros hospitais, maternidades e postos de saúde da cidade.