Doenças cardíacas: Infeliz no amor, azar para o coração

Um recente estudo publicado no meio médico mostrou a relação existente entre casamento e saúde do coração. Depois de acompanhar mais de 400 mulheres durante 12 anos, pesquisadores descobriram que aquelas que eram mais felizes em seus casamentos apresentavam menor tendência a desenvolver síndromes metabólicas do que as insatisfeitas com seus maridos. A síndrome metabólica é uma reunião de disfunções ? como pressão alta, excesso de gordura abdominal, níveis anormais de colesterol e elevada taxa de açúcar no sangue ? que aumentam o risco de diabetes, cardiopatias e enfarte.

A conclusão é clara: o estresse psicológico desses conflitos pode afetar a saúde do coração. Mulheres divorciadas e viúvas também apresentaram maior propensão a doenças do coração. ?Quando estão felizes, o organismo libera menores quantidades de cortisol, substância que participa no desenvolvimento de hipertensão e aterosclerose, as doenças que mais matam no mundo?, explica o cardiologista Otávio Gebara.

Estreitamento das artérias

A ciência está comprovando, agora, o que a sabedoria popular afirma há tempos. Quanto mais felizes, mais saudáveis. O estresse envolvido nas desavenças conjugais ? que às vezes se arrastam por toda a vida ? aumenta os níveis de catecolaminas na circulação, substâncias que levam ao estreitamento das artérias. De acordo com Gebara, o estresse também ativa as plaquetas que são responsáveis pela coagulação do sangue, uma condição propícia para o entupimento de uma artéria, e o conseqüente infarto ou acidente vascular cerebral.

Além de tentar evitar situações conflitantes e buscar a felicidade para escapar do problema, o médico recomenda a prática de algumas atividades, como meditação e relaxamento: ?Elas liberam na circulação substâncias protetoras e diminuem os hormônios ligados ao estresse, como o cortisol e a adrenalina?, observa, salientando que uma caminhada com duração de 45 minutos, realizada três vezes por semana, reduz a chance de um infarto em 50%.

Mamães também correm risco

Coração de mãe também precisa estar preparado para emoções fortes e um estado de alerta praticamente permanente. A responsabilidade sobre os filhos, somada a dupla e, às vezes, tripla rotina de trabalho exige atenção especial. Segundo o cardiologista Everton Dombeck, do Hospital Cardiológico Costantini, é comum que as preocupações de mãe colaborem com o aparecimento de problemas cardíacos nas mulheres. Os motivos mais freqüentes passam pelo estresse, preocupações com a violência, falta de perspectiva futura ou de oportunidades para os filhos, e principalmente a drogadição e o alcoolismo por parte dos filhos. ?Muitas mães chegam ao consultório com um quadro de somatização de todos esses problemas e responsabilidades, que acabam sendo o principal motivo para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares?, diz o médico.

Para o especialista, uma educação equilibrada, com hábitos saudáveis, regras, direitos e deveres para as crianças, é uma das formas de prevenção contra possíveis problemas. ?A mãe precisa avaliar suas prioridades e estar sempre presente na rotina e na educação dos filhos?, frisa Dombeck. Com efeito, a mãe ansiosa terá filhos ansiosos, e assim por diante. ?Os problemas sempre vão existir, a diferença está em saber administrá-los e priorizar as situações?, ressalta o médico, completando que, isso pode melhorar e proteger muito a saúde das mamães.

A dica é que não esqueçam de cuidar de si, mantendo uma rotina de exercícios físicos, alimentação saudável, exames preventivos, tanto ginecológicos quanto cardíacos, além de dizer não ao tabagismo e ao alcoolismo.

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