Além do tratamento do câncer e de outras doenças crônicas, existem médicos que voltam suas atenções ao paciente fora de tratamento terapêutico, mas que podem ter qualidade de vida, especialmente no que se refere ao controle da dor oncológica. Esses profissionais de saúde buscam o reconhecimento do cuidado paliativo como especialidade médica. Cuidado paliativo é um conjunto de ações multiprofissionais que tem por objetivo efetuar o controle dos sintomas do corpo, da mente, do espírito e das questões sociais que afligem pacientes com doenças crônicas.
No Brasil, a atuação médica nessa área chegou em 1980. Atualmente, o Brasil possui 34 médicos voltados a esse tipo de atendimento. Eles estão unidos em torno da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP).
A presidente da entidade, Maria Goretti Sales Maciel, explica que o objetivo é proporcionar qualidade de vida para os pacientes, desde o diagnóstico até a fase final da vida e, inclusive, depois da morte, quando é realizado um trabalho de apoio ao luto com os membros da família.
Mesmo com tantos benefícios, o cuidado paliativo só teve uma grande expansão no Brasil a partir do ano 2000, devido a uma nova compreensão de que o serviço pode ser utilizado não apenas no câncer. Profissionais de outras especialidades médicas começaram a acompanhar os resultados nos pacientes oncológicos e perceberam os benefícios desse trabalho para diversas outras doenças.
Apesar de completar mais de 20 anos de existência, apenas agora o tratamento começa realmente a se estabelecer – já existem cerca de 40 serviços espalhados pelo país, mostrando o interesse crescente de todos os profissionais da saúde, como clínicos, geriatras, pediatras, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, entre outros.
Além disso, a própria sociedade começou a entender o que são cuidados paliativos e, dessa forma, começa a exigir o serviço. ?Depois que o paciente descobre os benefícios, se questiona por que precisa sentir dor, sendo que existem alternativas para eliminá-la.?