Controle da asma é apresentado em Congresso de Pneumologia

A falta de adesão ao tratamento é um dos maiores obstáculos para o mal controle da asma e o agravamento da doença. Para grande parte dos especialistas, a medicação adequada e de resultado rápido pode levar a uma maior adesão ao tratamento e ao controle da asma. A baixa continuidade no tratamento e as soluções para mudar esse quadro serão abordadas com o lançamento de dois estudos no XXXII Congresso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia – realizado na Bahia, entre os dias 13 e 17 deste mês.

Além dos especialistas nacionais e internacionais, o evento contará com uma presença olímpica. O nadador Fernando “Xuxa” Scherer, asmático e sensível à causa, participará, no dia 14, de uma tarde de autógrafos e os médicos serão presenteados com o Manual da Asma – material informativo para auxiliar os profissionais no melhor atendimento de casos da doença. O Plano Nacional de Controle da Asma (PNCA) também terá atenção especial. Seus benefícios e sua implantação serão discutidos pelos participantes em uma mesa redonda. Uma boa notícia para os brasileiros que sofrem com a doença. Pois, com a introdução do PNCA, o SUS conseguirá reduzir 90% dos seus custos com hospitalizações (US$ 76 milhões por ano) por conseqüência da asma.

Será apresentado no congresso o estudo internacional inédito e o mais rigoroso já realizado sobre o completo controle dos sintomas da asma. O GOAL (Gaining Optimal Asthma Control), coordenado pelo Comitê Global de Iniciativa contra a Asma (GINA), mostra que é possível o asmático conquistar o controle total da doença através da continuidade do tratamento com a associação de fluticasona e salmeterol. “O estudo apresentou o uso contínuo da associação salmeterol e fluticasona na dose correta como o tratamento mais eficaz para o completo controle dos sintomas da asma”, comenta o presidente do GINA e coordenador do GOAL, Eric Bateman.

Durante um ano de pesquisa, mais da metade dos pacientes tratados regularmente com a associação medicamentosa conseguiram controlar completamente a asma e viver normalmente, dando adeus às desagradáveis crises e aos demais sintomas da doença. Para caracterizar “controle total”, os pacientes tiveram que estar completamente e continuamente livres de todos os sintomas da asma. Atualmente, de acordo com o Asthma Insights and Reality in Europe (AIRE) somente 5% dos asmáticos conseguem estar com sua doença bem controlada. “Os resultados do GOAL desafiam fundamentalmente a maneira que nós tratamos atualmente a asma. A porcentagem dos pacientes que conquistaram o controle total da doença excederam nossas expectativas”, comemora o pneumologista e diretor do Instituto do Pulmão da Universidade da Cidade do Cabo, África do Sul.

As conseqüências da asma são terríveis. Hoje, segundo o AIRE, 95% das pessoas têm suas vidas comprometidas por crises e demais sintomas constantes. A maioria delas chegam a admitir que o problema as afetam durante o sono, comprometendo suas atividades durante o dia. “Muitos pacientes têm que conviver com as limitações impostas pela asma. A maioria deles são acordados diversas vezes durante a noite e ficam receosos em realizar suas atividades diárias normais porque temem o ataque seguinte da asma. Estes pacientes acreditam claramente que é normal ter sintomas e muitos, provavelmente, não acreditam que a gravidade e a freqüência de seus sintomas sejam dignas de comentário quando consultam seu médico”, analisa Bateman.

XXXII Congresso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia

Data: 13 a 17 de novembro

Local: Centro de Convenções da Bahia

Mais informações: www.vivasemasma.com.br

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