Condições climáticas da primavera podem agravar alergias

Saem as crises alérgicas provocadas pelas condições climáticas próprias do inverno e, infelizmente, entram em campo outros agentes causadores de alergia, entre eles a polinose, provocada pelo pólen das plantas levados pelo ar. O final dos meses frios e a chegada da estação das flores fazem com que os sintomas da alergia da primavera, como é conhecida a doença respiratória causada por essa sensibilização, apareçam novamente. Essa manifestação alérgica pode trazer manifestações desagradáveis, como coceiras no nariz, olhos vermelhos e lacrimejantes.

O médico Nelson Augusto Rosário Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia (SBAI), salienta que as principais preocupações são com o surgimento de rinites e conjuntivites intensas, ocasionalmente acompanhadas de asma brônquica. A incidência é maior em adultos jovens, de até 30 anos e que sofram de rinite alérgica ou outro tipo de alergia com causas hereditárias. ?Um número importante de pacientes teve diagnóstico de alergia sazonal, com sintomas acentuados?, relata. Desses, explica o especialista, 80% eram moradores de Curitiba e da região de Ponta Grossa. Com efeito, uma pesquisa detectou que o pólen de plantas forrageiras é um dos principais causadores da alergia.

Importação de plantas

A identificação desses casos fez rever o conceito que afirmava a inexistência dessa doença alérgica no Brasil. ?O Brasil não tinha muitos casos de polinose, mas desde que passamos a importar plantas houve um aumento significativo no número de alérgicos ao pólen?, alerta a imunologista Maria do Carmo da Costa Aguiar Toschi.

Há cerca de 20 anos, calcula a médica, iniciou-se um processo crescente de importação de plantas e os casos passaram a aumentar. ?A polinose começou a aparecer principalmente nos locais onde as pessoas trabalham com as plantas, como o campo e as floriculturas?, conta. Plantas de origem européia e norte-americana que se adaptaram ao Brasil passaram a provocar crises também por aqui.

De acordo com Nelson Rosário, ao contrário das alergias perenes, onde os sintomas são contínuos e freqüentes, os sintomas da polinose aparecem nos meses de setembro e outubro, alcançando sua intensidade máxima na segunda quinzena de novembro e podem persistir até janeiro ou fevereiro. Com a chuva deste final de inverno, a maior incidência da alergia pode ser retardada, mas basta chegar os dias de muito calor e vento para que elas surjam com intensidade.

Para descobrir que substância provoca o quadro, é necessário fazer um levantamento do histórico do paciente, além de exames específicos. O presidente da SBAI salienta que é possível estabelecer um plano de tratamento eficaz contra esse tipo de alergia. ?Dispomos de medicamentos seguros e eficazes para o controle da doença?, completa.

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